ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 31-3-2003.

 


Aos trinta e um dias do mês de março de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Car-rion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Primeira, Segunda e Terceiras Sessões Extraordinárias que, juntamente com a Ata da Primeira Sessão Solene, foram aprovadas. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, assinada pelo Vereador Pedro Américo Leal, Líder da Bancada do PPB, a Emenda n° 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 178/02 (Processo nº 2835/02); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Elias Vidal, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 027 e 035/03 (Processos nºs 1295 e 1261/03, respectivamente); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo nº 037/03 (Processo nº 1275/03); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 07 Pedidos de Providências; pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 013, 030 e 031/03 (Processos nºs 0761, 1252 e 1253/03, respectivamente); pelo Vereador Wilton Araújo, o Projeto de Resolução nº 023/03 (Processo nº 1248/03). Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 176/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, retificando dados relativos ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/03 (Processo nº 0938/03), encaminhado a esta Casa através do Ofício nº 113/03, de vinte e sete de fevereiro do corrente. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 161/01 (Processo nº 2438/01). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n°s 001/03, do Vereador Bortolo Alcides Garda, Presidente da Câmara Municipal de Guabiju – RS; 002/03, do Vereador Jandir Weber, Presidente da Câmara Municipal de Silveira Martins – RS; 002/03, do Vereador Artemio Luiz Tizian, Presidente da Câmara Municipal de Porto Vera Cruz – RS; 003/03, do Vereador Edemundo Ferreira Gressler, Presidente da Câmara Municipal de São Sepé – RS; 004/03, do Vereador Elói Inácio Stein, Presidente da Câmara Municipal de Maratá – RS. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Também, o Vereador Isaac Ainhorn formulou requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão e na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Ainda, o Vereador Renato Guimarães formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Após, constatada a existência de quórum, foi aprovado o Requerimento verbal anteriormente formulado pelo Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão e na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na oportunidade, por solicitação do Vereador João Antonio Dib, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Senhora Erna Maria Kroeff Carrion, mãe do Vereador Raul Carrion, falecida no dia trinta de março do corrente. A seguir, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário da Vereadora Margarete Moraes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 041/92, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Zé Valdir, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo n°s 004, 005 e 003/03, este discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 024 e 026/03, este discutido pelos Vereadores Renato Guimarães e Margarete Moraes, o Projeto de Resolução n° 014/03; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução n°s 042/02 e 015/03, o Projeto de Lei do Executivo nº 014/03, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 025 e 017/03, este discutido pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, e 240/02, discutido pela Vereadora Margarete Moraes; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 011 e 016/03, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 207/02 e 022/03. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Carlos Pestana, 1º Vice-Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela Maffei, do dia trinta e um de março ao dia dois de abril do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Berna Menezes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza criticou o Partido dos Trabalhadores, citando situações ocorridas no âmbito das esferas municipal e federal que, segundo Sua Excelência, contradizem na prática o discurso feito pelo Partido. Ainda, abordou as possibilidades de candidaturas para a Prefeitura Municipal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro e questionou a destinação dada aos Pedidos de Providências encaminhados por este Legislativo. O Vereador Isaac Ainhorn, analisando as políticas públicas implementadas pelo Governo Federal, teceu considerações a respeito da reforma agrária em terras improdutivas e manifestou a posição do Partido Democrático Trabalhista sobre o assunto. Ainda, debateu a questão do sistema financeiro nacional, comentando aspectos do artigo 192 da Constituição Federal e protestando contra a taxa de juros aplicada na utilização dos cartões de crédito. Em TEMPO DE PRESIDENTE, o Vereador João Antonio Dib externou sua contrariedade quanto aos procedimentos adotados pelo Executivo Municipal no que se refere às negociações com a classe dos médicos e dentistas em greve. Nesse sentido, relatou as tratativas desta Casa para intermediação de uma solução que ajude a restabelecer o atendimento na área da saúde em Porto Alegre e considerou injustificadas as contratações emergenciais de médicos durante a greve. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris, desaprovando o posicionamento adotado pelo comando de greve dos médicos e dentistas, contrapôs-se ao pronunciamento realizado pelo Vereador João Antonio Dib, relativamente à disponibilidade do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre em responder às solicitações deste Legislativo para discutir o assunto. Também, lastimou as comemorações, na data de hoje, da Revolução de mil novecentos e sessenta e quatro. O Vereador Beto Moesch discorreu acerca da importância da continuidade das negociações entre o Executivo Municipal e a categoria dos médicos e dentistas em greve, justificando que a população merece um serviço qualificado na área da saúde. Ainda, afirmou que esta Casa não recebeu resposta por parte do Executivo Municipal quanto às sugestões feitas com a intenção de intermediar as conversações entre as partes e contribuir para o término da greve. O Vereador Cláudio Sebenelo, reportando-se à morte do médico e pesquisador italiano Carlo Urbani, que identificou o vírus da pneumonia atípica, ressaltou a importância dos médicos na sociedade e, nesse contexto, discursou sobre a greve dessa categoria profissional no Município. Também, propugnou por melhores condições de trabalho nos postos de saúde e defendeu o diálogo permanente como forma de contornar o impasse entre médicos e o Executivo Municipal. O Vereador Raul Carrion agradeceu as condolências recebidas pelo falecimento da Senhora Erna Maria Kroeff Carrion. Ainda, noticiou a instalação, nesta Casa, da Comissão Externa pela Paz e contra Guerra, bem como a reunião, ocorrida durante o final de semana, da Direção Estadual do Partido Comunista do Brasil, asseverando tratar-se do início das discussões temáticas para a IX Conferência Nacional do PC do B, a qual será realizada durante o mês de julho do corrente. O Vereador Elói Guimarães, indagando sobre a existência de periculosidade decorrente do consumo de produtos modificados através de métodos de engenharia genética, manifestou estranheza quanto à liberação, através de Medida Provisória editada pelo Senhor Presidente da República, da comercialização de soja transgênica. Nesse contexto, instou seja a população esclarecida a respeito dos riscos decorrentes do consumo desses alimentos. O Vereador Carlos Alberto Garcia fez relato de reunião ocorrida entre o Diretor-Geral do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores do Município de Porto Alegre, Senhor José Carlos dos Reis, a Presidenta da Fundação de Assistência Social e Cidadania, Senhora Célia Pinto, e funcionários dessa Fundação, a fim de discutir a criação de fundo previdenciário para os servidores celetistas, salientando tratar-se de legítimo direito desses trabalhadores. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por quatorze votos SIM e três votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Berna Menezes, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Darci Campani, Elói Guimarães, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir e Não os Vereadores Haroldo de Souza, Luiz Braz e Pedro Américo Leal. Foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por quinze votos SIM e três votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Elói Guimarães, Ervino Besson, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir e Não os Vereadores Cassiá Carpes, Haroldo de Souza e Pedro Américo Leal. Na ocasião, face manifestações dos Vereadores Pedro Américo Leal, Isaac Ainhorn e Marcelo Danéris, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor e procedimentos adotados para apreciação dos Requerimentos acima votados. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 008/02, com Veto Total, o qual obteve dez votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Margarete Moraes, Isaac Ainhorn, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Juarez Pinheiro, Ervino Besson, Sebastião Melo e Marcelo Danéris e encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz e Margarete Moraes, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Berna Menezes, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Renato Guimarães e Zé Valdir, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente face à inexistência de quórum deliberativo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 008/02, com Veto Total, os Vereadores Carlos Pestana, Dr. Goulart, Marcelo Danéris e Zé Valdir cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Margarete Moraes, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro e Marcelo Danéris. Também, o Vereador Renato Guimarães cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Marcelo Danéris. Também, o Vereador Marcelo Danéris manifestou-se a respeito dos trabalhos da presente Sessão. Às dezessete horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães e Maria Celeste e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu solicitaria que as Lideranças pudessem reunir-se para definir a seqüência em que serão votados os vetos, porque hoje nós temos dez Vetos para iniciar a votação. E eu pediria que não houvesse a mesma coisa que houve na última Sessão, quando houve desentendimento. Então, enquanto a nossa Secretária vai ler o Expediente encaminhado à Mesa, eu pediria que, no período de Comunicações, as Lideranças acertassem, definitivamente, o que será feito na Ordem do Dia de hoje.

A palavra está com a Sr.ª Secretária para que faça a leitura do Expediente encaminhado à Mesa.

 

(A Sr.ª 1.ª Secretária procede à leitura das proposições.)

Há quórum. Reitero aos Srs. Líderes que se reúnam para definir como votaremos os vetos da Ordem do Dia da Sessão de hoje, em número de dez.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista a sua preocupação e o esforço dessa Presidência, comportando-se como magistrado em relação à questão do exame urgente que esta Casa tem que fazer, porque todas as outras votações estão paralisadas, eu comungo da posição do Líder do PPB, Partido de V. Ex.ª, que sustenta que, em primeiro lugar, ingressemos – é uma proposta a ser submetida às Lideranças –, o mais rapidamente possível, na Ordem do Dia; em segundo lugar, acredito que a obediência à seqüência dos vetos não vai causar nenhum problema, posto que teremos que, de qualquer maneira, enfrentá-los, todos, o mais rápido possível. Muito obrigado.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar a V. Ex.ª que suspendesse os trabalhos por cinco minutos para que, juntamente com as Lideranças, nós pudéssemos tratar disso, pois, em parte, nós concordamos com a proposta apresentada pelo Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu aplaudo as Lideranças que desejam encontrar uma solução. Aguardo. (Pausa.)

Srs. Vereadores, em um primeiro momento, as Lideranças, em consenso, solicitam que não haja o período de Comunicações. Passamos, pois, imediatamente ao período de Pauta. Durante o Período de Pauta, antes de entrarmos na Ordem do Dia, as Comunicações de Líder poderão ser usadas pelos Partidos.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como a Sessão Legislativa de hoje prevê Comunicações, a alteração, embora objeto de um acordo entre as Lideranças na sua unanimidade da Casa, que por se tratar de uma alteração, entendo, data vênia, que rápida e sucintamente, sem encaminhamentos, V. Ex.ª deveria submeter à votação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o acordo de Lideranças sobre a ordem dos trabalhos no dia de hoje. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 0725/92 – SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Cássia Carpes, que estende os benefícios do Instituto de Passagem Escolar nos serviços de transporte coletivo explorados, concedidos ou permitidos no Município de Porto Alegre (Lei n.º 5.548/84, alterada pela Lei n.º 6.431/89) ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 041/92, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.

 

PROC. 0868/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 003/03, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que dispõe sobre a instalação de postos de abastecimento de combustíveis e serviços e de estabelecimentos de lavagem ou troca de óleo e atividades afins, e estabelece a obrigatoriedade de execução de medidas preventivas de proteção ao meio ambiente, especialmente quanto ao sistema de armazenamento de combustíveis.

 

PROC. 0967/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 004/03, de autoria do Ver. Luiz Braz, que dá nova redação ao § 4.º do art. 36 da Lei Complementar n.º 170, de 31 de dezembro de 1987, alterada pelas Leis Complementares n.os 180, de 18 de agosto de 1988 e 250, de 11 de julho de 1991, e dá outras providências.

 

PROC. 1080/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/03, de autoria dos Vers. Aldacir Oliboni, Beto Moesch e Sebastião Melo, que altera a Lei Complementar n.º 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores, e dá outras providências. (Código de Edificações de Porto Alegre)

 

PROC. 1188/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 026/03, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que torna obrigatório em bares, restaurantes, casas de diversão e similares, no Município de Porto Alegre, a colocação de cartazes informativos referentes à proibição da venda de bebidas alcoólicas, cigarros e assemelhados, a crianças e adolescentes menores de idade.

 

PROC. 1018/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 014/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que inclui dispositivo no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, instituído pela Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores.

 

PROC. 1106/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 024/03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Esplanada Municipal Célio Marques Fernandes o espaço urbano composto pelos prédios do Executivo Municipal – Edifício Intendente José Montaury e Paço Municipal, com os logradouros lindeiros.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 0314/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 042/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Troféu Honra ao Mérito à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

 

PROC. 3741/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 240/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que autoriza o Executivo Municipal a erigir busto em homenagem a Zumbi dos Palmares.

 

PROC. 0917/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 017/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana Educativa de Prevenção das LER/DORT e dá outras providências.

 

PROC. 1058/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 015/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que institui o Prêmio Mulher em Ação.

 

PROC. 1082/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 014/03, que altera o art. 12 da Lei n.º 9.056, de 27 de dezembro de 2002, que cria a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, extingue cargos em comissão constantes das Leis n.os 6.203 e 6.310, de 1988, respectivamente, os Planos de Carreiras do DMAE e DEMHAB, cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e dá outras providências.

 

PROC. 1115/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 025/03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Travessa Germano Garcia um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Tristeza.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 0539/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 011/03, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Dante D’Angelo.

 

PROC. 1064/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 016/03, de autoria dos Ver.os Almerindo Filho e Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Flávio Romeu D’Almeida Reis.

 

PROC. 1067/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 022/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que denomina Praça Affonso Silveiro, um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Tristeza.

 

PROC. 3302/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 207/02, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que proíbe, na indústria e no comércio em geral, o ensacamento de mercadorias com peso superior a trinta quilos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Antes de conceder a palavra ao primeiro inscrito, solicito que se faça um minuto de silêncio em memória da Dona Erna Carrion, progenitora do nosso Ver. Raul Carrion.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

Registro, em nome da Casa do Povo de Porto Alegre, o aniversário da nossa querida Ver.ª Margarete Moraes, à qual desejamos sorte, saúde e paz. Passamos às suas mãos os cumprimentos da Casa.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em 1.ª Sessão de Pauta, temos o Projeto do Ver. Cassiá Carpes que estende os benefícios do instituto da passagem escolar aos servidores das escolas. Efetivamente, tenho certeza de que houve um lapso na legislação que concedeu o instituto da passagem escolar aos alunos, aos professores, esquecendo-se dos funcionários lotados nas escolas. Acho que é um Projeto justo, que preenche essa lacuna, esse lapso. O Vereador apresenta, nesta Casa, para estudo dos Srs. e das Sr.ªs Vereadoras, para análise. Entendo que sendo a primeira discussão de Pauta, é importante essa análise, esse aprofundamento e, no meu entendimento, com justiça.

O segundo Projeto ao qual gostaria de me referir é, efetivamente, um Projeto de grande relevância, que é o Projeto do Ver. Elói Guimarães, que dispõe sobre a instalação de postos de abastecimento de combustíveis e serviços em Porto Alegre. O Vereador, num longo trabalho, num trabalho realmente técnico, apresenta este Projeto de Lei Complementar muito atual, coloca condições para instalação e funcionamento desses postos de combustíveis - locais que apresentam alguns perigos e que devem ser devidamente regulamentados e estudados por lei. O nosso Código, o nosso Plano Diretor já prevêem alguns detalhes, mas o Ver. Elói Guimarães foi claro, específico e objetivo: especifica vários detalhes; inclusive os terrenos que deverão acolher esses postos de serviços. E o Vereador foi, realmente, preciso, inteligente e justo, porque o seu Projeto prevê que essa Lei se aplica tão-somente para a criação de novos postos, ou seja, não implica custos adicionais ou elevação de custos para os atuais postos já existentes.

No meu entendimento, foi sábia essa orientação, porque um dos problemas que nós temos é de criar custos; quando as pessoas empreendem, têm o seu orçamento, têm a sua análise e, depois, vêem-se surpreendidas com acréscimo de custos que não estavam na sua planilha. O Vereador detalha com precisão os locais onde podem ser instalados postos de combustíveis, inclusive especificando a distância mínima. Gostaria, Vereador, claro que não analisei profundamente - e esse é o motivo da Pauta, especialmente da primeira Sessão de Pauta, para que os Vereadores tomem um conhecimento inicial e mais profundo durante o processamento -, mas gostaria de cumprimentar o Ver. Elói Guimarães por um trabalho de profundidade, e que, tenho certeza, virá completar a nossa legislação em favor do meio ambiente da nossa Capital. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, também gostaria de destacar para o debate de Pauta alguns projetos.

O primeiro, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que torna obrigatória em bares, restaurantes, casas de diversão e similares, no Município de Porto Alegre, a colocação de cartazes referentes à proibição da venda de bebidas alcoólicas, cigarros e assemelhados para crianças e adolescentes.

Eu acho que o Vereador contribui para um debate que se vem fazendo, cada vez mais, no Município de Porto Alegre e acredito que não só no Município, mas em todo País, de que há a necessidade de um profundo debate com a sociedade, com a família, com as diversas representações sociais, de qual é o imaginário, qual é simbólico, para uma criança ou adolescente em relação à questão da droga lícita. Nós estamos falando, aqui, de droga lícita: de cerveja, de álcool, de bebida, de cigarro.

Na realidade, para o imaginário de uma criança, para o imaginário de um adolescente que vê o pai, o amigo, um parente bebendo, fumando, acaba sendo um incentivo, uma atração à utilização de uma dessas drogas lícitas.

Eu digo isso, aqui, porque sempre que fazemos um debate sobre a drogadição, ele é feito sob um prisma preconceituoso de tratar a droga como um problema só a partir da criminalização da droga que é ilícita. Mas, Ver.ª Margarete Moraes, cada vez mais vemos adolescentes entrando com onze, doze, treze anos, no uso exagerado de bebidas alcoólicas.

É muito fácil, Ver.ª Berna Menezes, visitarmos alguns bares noturnos da Cidade e encontrarmos grupos de adolescentes entretidos, consumindo álcool.

Eu acho que este Projeto, primeiro, desafia; porque vamos fazer com que o próprio estabelecimento se corrija nisso, ele oriente a criança, no caso, aqui, o adolescente. Além da proibição de vender, também tem de ser feito um processo educativo, temos de fazer um debate com os adolescentes sobre o mal que isso causa. Por trás de tudo isso - aí é o grande debate, o Ver. Cassiá Carpes nos propicia isso -, há, nos principais meios de comunicação, na poderosa mídia, todo um incentivo, Ver. Cláudio Sebenelo, para que o adolescente seja “tri” atraído, porque as propagandas que vendem cigarro e bebida sempre estão “coladas” em jovens. Então, há um incentivo para que a nossa juventude caia na droga lícita. Acho que um Projeto como este abre um forte debate. Estamos nos desafiando a denunciar que o cigarro, a cerveja e o álcool estão trazendo muitos danos aos nossos adolescentes.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero me congratular com V. Ex.ª pela sua visão integrada desse tipo de assunto, que é da maior importância. Se eu tivesse chance, na Pauta, gostaria de continuar com este debate inclusive com alguns subsídios que são da maior importância. Parabéns, Vereador.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: No nosso primeiro mandato nesta Casa, nós fizemos um trabalho conjunto com a Câmara, criando uma Comissão que tratou da questão da droga. Nós fizemos visitas e debates em comunidades, sempre pelo caminho da prevenção, da educação, pelo caminho de tratar da questão da droga não quando ela já é conseqüência, quando o adolescente já está preso por uso de droga ilícita, mas como uma doença, como um fator que apodrece a sociedade e a família, pelo caminho de tratar essa questão pelo conceito de prevenção, de fazer o debate com a família e com a sociedade. Esse debate começa dentro de casa, quando os pais fumam; começa dentro de casa, quando os pais e a família utilizam o álcool de forma exagerada, descontrolada. Esta Casa tem um papel, o Legislativo, Ver. João Antonio Dib, tem um papel e pode estar utilizando um meio potente que nós temos, que é a TV Câmara.

Podemos chamar a sociedade, propiciar debates que entrem, através da TV Câmara, dentro dos lares, das famílias dos porto-alegrenses, e que mostrem o problema da droga pelo prisma da prevenção, pelo trabalho lá na fase da infância e da adolescência. Portanto, o Ver. Cassiá Carpes está de parabéns pelo Projeto, porque propicia isso para Casa e, com certeza, vai propiciar isso à cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, queria aproveitar este momento de Pauta para cumprimentar o Ver. Raul Carrion por sua brilhante idéia: a proposição autorizativa ao Governo Municipal para que ele possa erigir ou constituir um busto em homenagem ao grande herói nacional Zumbi dos Palmares, assim como já foi feito na nossa Cidade, no Parque Marinha do Brasil, um monumento em homenagem ao Almirante Negro João Cândido, também por Projeto da sua autoria. Assim como o Ver. Zé Valdir, eu sou contra projetos autorizativos, mas acredito que este tem um mérito muito especial, porque é fundamental que as novas gerações conheçam a história do Brasil, conheçam a história de rebeldia, de inquietação contra um preconceito inadmissível, mas que infelizmente acontece ainda no mundo de hoje.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Primeiro, eu queria agradecer o seu apoio, que é extremamente importante, e dizer que a homenagem ao Almirante Negro não foi de minha autoria, e sim do Ver. Lauro Hagemann; nós tivemos a tarefa de torná-la realidade. Hoje, às 11h, estivemos em um outro monumento desta Cidade, no final da Av. Ipiranga com a Av. Edvaldo Pereira Paiva, que é em homenagem aos mortos e desaparecidos durante o regime militar. Então, há algumas situações em que o projeto autorizativo é válido; claro que não pode ser generalizado. Muito obrigado.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Não pode ser vulgarizado, mas no caso de hoje é um Projeto autorizativo da Ver.ª Maria do Rosário, e a Secretaria Municipal da Cultura teve a honra de trabalhar essa idéia.

Eu queria também me referir ao Projeto de Lei de autoria do Ver. Cassiá, que torna obrigatória em bares, restaurantes e casas de diversões, a colocação de cartazes informativos referentes à proibição da venda de bebidas alcoólicas. Acho que isso também é uma questão cultural da maior importância, porque este Projeto vai na contramão de uma poderosa mídia, de uma poderosa propaganda, Ver. Humberto Goulart, que associa o jovem ao mundo da saúde, ao mundo do esporte, ao mundo da arte, ao mundo da cultura; exatamente o contrário do que a droga produz na vida das pessoas. Portanto, trata-se de um Projeto de alto mérito, cujo autor eu gostaria de cumprimentar neste momento. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maristela Maffei solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 31 de março a 2 de abril do corrente ano.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença da Ver.ª Maristela Maffei e dada posse à Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos na Pauta, em primeira sessão no dia de hoje, Projeto de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que estende os benefícios da passagem escolar aos funcionários do Estado não-docentes no Município de Porto Alegre. Quero dizer que este Projeto está equivocado, porque ele deveria trabalhar com o vale-transporte, e não com a passagem escolar. E, por estar equivocado, ele acaba prejudicando os próprios funcionários, a quem, acredito sinceramente, o Vereador queira beneficiar. Mas acaba prejudicando os trabalhadores da cidade de Porto Alegre, de maneira geral. É claro que esse não é o objetivo do Projeto, mas, os defeitos do Projeto, eu vou apontar aqui.

Vejam o seguinte: a passagem escolar, hoje, o trabalhador paga a metade, 50%, ou seja, 0,725 reais; o vale-transporte, que o Município paga para os professores, que podem optar por ele, é 0,57 reais. É por isso que a maioria dos professores opta pelo vale-transporte. Aí já temos um problema, porque, em vez de trabalhar com a idéia do vale-transporte, que é mais favorável para o trabalhador, o Projeto do Ver. Cassiá Carpes trabalha com a idéia da meia passagem, que é mais cara. Mas tem outro problema: é que o vale-transporte é subsidiado pelo patrão, ou seja, pela Prefeitura no caso dos funcionários da Prefeitura, e pelo Governo do Estado, no caso dos funcionários do Governo do Estado, e a meia passagem é subsidiada pela população que usa ônibus. É por isso que eu disse que este Projeto acaba não beneficiando os funcionários de escola, que poderiam, pelo vale-transporte, gastar menos do seu salário, adquirindo a passagem por um preço menor, e prejudica também os trabalhadores de uma maneira geral, que vão subsidiar. Então, este Projeto está absolutamente equivocado. Ele não beneficia nem os funcionários da escola nem a população em geral, que acaba pagando, subsidiando. Se for colocado corretamente, é o Governo que vai subsidiar com o vale, como o Município faz.

Ora, o Município paga o vale-transporte para os seus funcionários, para os seus professores, para os seus funcionários de escola. Por que o Estado insiste em não pagar? Aí, então, nós vamos fazer um Projeto descarregando no Município, para o Município de Porto Alegre subsidiar aquilo que deveria ser subsidiado pelo Governo do Estado? Este Projeto é absolutamente equivocado! Eu não estou dizendo que ele é mal-intencionado, pois conheço o Vereador, e ele não faria isso, mas o Projeto é equivocado, tem de ser repensado. Acho que o Ver. Cassiá Carpes tem o “caminho das pedras”, porque ele pertence ao PTB, que é um Partido que faz parte da coligação que defende o Governo do Estado, que tem maioria na Assembléia. É só entrar com um projeto na Assembléia e aprovar, e o Governo do Estado, tenho certeza, vai sancionar este projeto.

Acho que essa é uma bela idéia para o Vereador apresentar para algum Deputado do seu Partido na Assembléia Legislativa, que vai fazer um Projeto, o qual vai acabar beneficiando mais os funcionários de escola, porque eles vão pagar um preço menor pela passagem, e vai fazer com que o Estado, que é o patrão dos funcionários de escola do Estado, aja como o Município de Porto Alegre: pague, subsidie a passagem dos seus funcionários. Com isso a população de Porto Alegre, os trabalhadores, que pagam a passagem, não vão arcar com esse subsídio, porque quem vai arcar com esse subsídio será aquele que realmente deve arcar, que é o patrão dos funcionários de escola, que é o Governo do Estado, como o Município faz com os seus funcionários.

Por isso é que eu acho que este Projeto é equivocado, e tenho certeza de que o Vereador vai ponderar sobre isso, e até vai retirar o Projeto. Aliás, retirar não, mas vai usá-lo para, quem sabe, tentar que ele seja apresentado na Assembléia Legislativa, porque é um belo Projeto para ser apresentado lá, para resolver essa situação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos agradecer ao Ver. Raul Carrion e ao Ver. Ervino Besson que se inscreveram para discutir a Pauta e abriram os seus espaços para que este Vereador pudesse ocupar a tribuna, já que hoje tem um Projeto, de minha autoria, em 2.ª Sessão. É um Projeto simples, mas que esta Casa tem de fazer a discussão, porque hoje esse tema é reconhecido como uma doença pela própria Organização Mundial da Saúde.

Estamos instituindo no Município de Porto Alegre a Semana Educativa de Prevenção das LER/DORT. Colocamos que essa Semana Educativa de Prevenção das Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Ósteo Musculares Relacionados ao Trabalho, que esse evento possa ser realizado na última semana de fevereiro, observando a inclusão do último dia que, desde o ano de 2000, é considerado o Dia Internacional das LER/DORT. Durante essa semana, a Câmara Municipal de Porto Alegre realizará atividades voltadas à conscientização e ao combate às LER/DORT, tais como palestras, vídeos, exercícios de prevenção e treinamento associado, entre outras. A Câmara Municipal também fica autorizada a oportunizar parcerias para a realização do evento com o Executivo Municipal e entidades públicas e privadas.

É importante falarmos um pouco mais sobre a questão das LER/DORT. Quais são os fatores de risco? Má postura e falta de condicionamento físico através de exercícios, falta de posto ergonômico, movimentos repetitivos, força, falta de pausas, pressão da chefia, jornada de trabalho, exigência de produtividade, carga de trabalho e sobrecarga estática.

O Ministério da Saúde vem publicando e divulgando inúmeros trabalhos científicos sobre esse tema. Todavia, o Ministério também está preocupado com os afastamentos em decorrência das LER.

Em 1998, publicou a Ordem de Serviço n.º 606, em 5 de agosto, que aprova a Norma Técnica sobre Distúrbios Ósteo Musculares Relacionados ao Trabalho - DORT. Essa Ordem de Serviço delimitou a maneira com que os peritos efetuavam os exames e diagnosticavam as lesões. Essa Ordem de Serviço não representou e nem apresentou grandes avanços, ao contrário, só indicou para afastamento pessoas que tivessem seqüelas causadas pela LER. E, hoje, centenas e centenas de pessoas do nosso Município ou milhares no Brasil e no mundo são pessoas que ficam impossibilitadas de continuar trabalhando. Aqueles que, por alguma razão, principalmente através dos sindicatos, conseguem entrar na Justiça, apesar das dificuldades, recebem indenizações vultosas que refletem simplesmente o valor do salário que aquele trabalhador teria caso pudesse ainda exercer suas atividades. Mas o trabalhador também ficou com medo de comunicar os sintomas com receio de ser demitido.

O que está faltando? Nós deveríamos estabelecer um programa de conscientização cujo resumo indicamos o seguinte: fazer com que o empregado/usuário conheça o seu corpo, suas fraquezas, suas limitações e suas necessidades; fazer com que o empregado conheça seu posto de trabalho, como funciona a nova cadeira que acaba de ganhar ou outro dispositivo ergonômico e por que está “ganhando” esse acessório; fazer com que o empregado/usuário absorva as técnicas de prevenção para adotá-las dentro e fora do ambiente de trabalho.

Queremos dizer que os trabalhadores atendidos nesse serviço com diagnóstico de LER/DORT são, em sua grande maioria, jovens e mulheres dos mais diversos ramos de atividade, com as mais variadas funções e atividades.

Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, pedimos a atenção especial de V. Ex.ªs para que este Projeto possa ser votado e implantando no Município de Porto Alegre, pois temos a certeza de que a visão profilática vai fazer com que muitas pessoas possam deixar de ter essa doença, que eu volto a dizer, conforme a Organização Mundial de Saúde, hoje, ela é diagnosticada como uma doença séria em todo o mundo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho estranho esse poderio do Partido dos Trabalhadores em amordaçar as suas falhas, pois, aquilo que para eles é um escândalo, contra eles passa de forma despercebida da sociedade, e, agora, que está no Governo, precisa se acostumar com o fato de que, sendo Governo, precisa cuidar o que diz, o que pensa, aquilo que pode fazer.

O Presidente Lula dá o seu recado curto e grosso e afirma que seus pares precisam parar de bazófia, porque, quando oposição, se fala, já que não irá fazer mesmo! Era assim que o PT pensava antes: “Somos oposição, vamos falar, porque não vamos fazer.” Mas agora Governo, afirma o Lula, a coisa é bem diferente. E admite que não irá assentar mais colonos, que não fará mais Reforma Agrária que o Presidente anterior... E, sobre isso, eu falo ali na frente.

Eu não gosto de falar muito de assuntos que não sejam diretamente ligados à Cidade, mas é preciso que se coloquem fatos, a fim de que o PT, agora no Governo, não continue dando as cartas e jogando de mão, não. Por exemplo, tem coisas que se fossem de outro partido, o Partido dos Trabalhadores estaria pedindo até CPI para apurar os fatos! E o fato é que o Deputado Federal Babá denunciou que o Presidente Henrique Meirelles, do Banco Central, está-se enriquecendo, tirando proveito do posto que ocupa na alta esfera do Governo! Isso é grave! Mas, como? De que jeito que ele está tirando esses benefícios? De que jeito que ele está-se beneficiando como Presidente do Banco Central? Por que os processos que corriam na cidade de Ribeirão Preto contra o Ministro Palocci foram arquivados assim no mais?

E nesse Governo neoliberal do PT, até agora, que faz exatamente o que fazia o Fernando Henrique, esses fatos poderiam ser abordados pela oposição, que foi duramente castigada quando do Governo passado.

Na semana passada, tive uma reunião com o meu Partido, uma reunião de Diretório, e nós também nos posicionamos a respeito de fazer governo ou não fazer governo, de ser ou não ser governo. Mas, também, eu acho muito cedo isso, nós estamos no mês de março, começo de abril, para estarmos falando sobre sucessão municipal.

Mas, é evidente que todos nós, do PMDB, também temos absoluta certeza de que teremos candidato próprio. O PMDB ganhou o Governo do Estado, com Rigotto, e vai para a briga para ganhar, também, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Temos grandes candidatos: o Deputado Federal Padilha, o Deputado Estadual Záchia, temos um outro Deputado Federal, Mendes Ribeiro, temos o nosso atuante e brilhante Vereador Sebastião Melo. Enfim, eu sei que é cedo para falar ainda, mas, como todos estão falando, eu estou dando aqui a nossa posição, do PMDB, de que também teremos candidato, sim, próprio, para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Uma das coisas que eu acho que tem um benefício muito grande...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)

 

Eu fora, Ver. Zé Valdir, eu sei onde é o meu galho, não esquenta, não! Não, não, o meu negócio é narrar futebol, meu parceiro, e vir aqui prestar um pouquinho de colaboração à sociedade; e eu encontro muitas dificuldades com isso, por causa do seu Partido! Porque aqui não se pode fazer projeto! Se faz projeto autorizativo, não resolve absolutamente nada! Projeto que não é autorizativo, Ver. Zé Valdir, ele ganha veto do Prefeito Municipal! Não estou dizendo que seja só o seu Prefeito, mas, pelo menos, que já está lá há dez anos. Então, eu venho aqui, a minha equipe sai para rua e trabalha, é pedido de providência, é esgoto entupido, é encanamento, é calçamento!

Vocês sabem qual é o aproveitamento de todos os pedidos feitos? E o Ver. João Carlos Nedel é testemunha, eu fui o segundo Vereador que mais fez pedidos de providências, no ano de 2001; em 2002, fiquei em terceiro lugar. Só 48% dos pedidos que são enviados para a Prefeitura são atendidos. E são pedidos que tinham de ser atendidos, sim, porque vocês mesmo dizem que a função do Vereador é cuidar da Cidade. Então, essa parte eu estou fazendo. Mas de que adianta colocar ali na mesa, quando abre a Sessão, quinze, vinte pedidos de providências para a Cidade, se são atendidos apenas quatro, cinco pedidos de cada leva que vai daqui para lá? Então, qual a função do Vereador? Quem vai-me dizer isso aqui? Projeto autorizativo não pode; não-autorizativo tem veto do Prefeito. Briga-se pela saúde de Porto Alegre, uma coisa que não poderia nunca, jamais, ter greve, e tem greve. Por que não se reúnem para resolver esse problema, Ver. Dr. Goulart? Temos que nos reunir e decidir. É a mesma história da Reforma Agrária: faz cinqüenta anos que eu escuto falar em Reforma Agrária, e a coisa não anda; ninguém sabe o que tem de terra ou não tem de terra; quem tem direito, quem não tem direito; quem é colono, quem não é colono. As coisas realmente ficam muito difíceis para se levar. Fazem-se reuniões, participa-se de reunião, sim, agora mesmo estamos encaminhando para 3 de abril uma reunião com os moradores do Bairro São Geraldo. Assunto? Inundações. Então, existe o problema da inundação, do sambódromo e o problema da Saúde de Porto Alegre.

E as pessoas vêm aqui para falar sobre a Guerra no Iraque e não entendem que aquele buraco lá precisa ser tapado? Eu fora, está difícil a coisa! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que estranhas forças, tão faladas e tão decantadas, que levaram, no século que passou, um Presidente da República ao suicídio, pela coerência das suas posições, que levaram o Presidente trabalhista João Belchior Marques Goulart à deposição; ambos defensores intransigentes dos interesses nacionais e populares.

E justamente, Sr. Presidente, quando foram a posições firmes e vigorosas em relação aos interesses dos trabalhadores brasileiros, enfrentaram as grandes forças do capital internacional, e essas, sob a forma daquilo que, de uma maneira muito genérica, o Presidente Jânio Quadros, quando renunciou, denominou de forças ocultas, pois essas mesmas forças que levaram à tragédia de 1954, que levaram à deposição do Presidente João Goulart, cuja data será lembrada amanhã, dia 1.º de abril... E este levante, por quê? Porque o Presidente João Goulart defendeu o início de um processo de Reforma Agrária plenamente caracterizado de desapropriação, sem pagamento das terras improdutivas, às margens das rodovias.

Nós trabalhistas temos uma posição histórica em defesa da Reforma Agrária, de uma Reforma Agrária que dê terra àqueles que nela trabalham e de uma Reforma Agrária que não abandone os trabalhadores sem-terra ao seu próprio destino, como ocorreu no Governo Fernando Henrique, e frente à inércia de um governo, que é novo ainda para se falar, mas que em três meses nada fez para dar condições materiais.

Eu, ontem, passei por uma plantação de milho de um assentamento de sem-terra, na BR-285; era triste, havia umas espiguinhas fraquinhas, sem nada, sem uréia, sem um adubo e, do outro lado, dos proprietários rurais, ali, terras com uma produção vigorosa – o capitalismo no campo -, que leva à sustentação da economia nacional, baseada no milho e soja, produzidos pelos pecuaristas e pelos agricultores deste País, que, hoje, produzem de forma extraordinária aqui em nosso Estado, no Mato Grosso e em outros pontos.

Mas pergunto: que forças estranhas são essas que fizeram o Presidente da República mandar esquecerem e rasgarem os livros que ele escreveu – o Sr. Fernando Henrique Cardoso -, e que agora fazem o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva querer sustentar a tese mais conservadora e reacionária, sustentada pelos grandes conglomerados nacionais e internacionais do capital financeiro, que é a autonomia do Banco Central? E, de outro lado, abrir a porta para a revogação do art. 192 da Constituição Federal, que elimina a disciplina dos 12% de juros ao ano. Que País é este que leva um trabalhador do PT ao Governo Central e lá ele passa a defender as mesmas teses conservadoras e reacionárias de Fernando Henrique Cardoso? Onde está o PC do B? Onde está a história que há pouco registramos nesta Casa, do aniversário do PC do B, fundado em 1922 - quieto, calado e silente, não fala nada, não diz nada? Onde está o PT, que se calou? Há algumas pessoas com as quais tenho divergência, mas há uma que tenho de reconhecer a sua coerência, e que corre o risco de ser expulsa do seu Partido, que se chama Luciana Genro. Ela disse: “Ninguém vai-me mover a mudar as teses, eu não vou defender a tese do Sr. Henrique Meirelles, de autonomia do Banco Central. Eu não vou defender, enquanto os cartões de crédito corroem e exploram o bolso do trabalhador e da classe média brasileira, cobrando 11, 12, 13% de juros ao mês, e os tribunais anulam as decisões!” Que País é este? Presidente Lula, faça alguma coisa e mude a sua história. Permaneça coerente à sua biografia. Não adianta rir, Ver. Carlos Pestana. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Este Presidente fará uso do Tempo de Presidente.

 

(O Ver. Elói Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Tempo de Presidente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao assumir a presidência, eu disse que não permitiria o desrespeito ao Legislativo, e vou proceder assim sempre. Entendo que S. Ex.ª o Sr. Prefeito Municipal não agiu com a correção devida para com o Legislativo Municipal. Nós realizamos, aqui, no Salão Nobre da Presidência, uma reunião com as Lideranças da Casa e com as lideranças do movimento grevista. Fomos a S. Ex.ª o Sr. Prefeito, tendo sido bem recebidos, sem dúvida nenhuma. Colocamos a nossa posição e conseguimos que o movimento fosse paralisado. Depois de muitas idas e vindas, nós realizamos uma reunião aqui, na quinta-feira, onde mostramos, mais uma vez, a competência da Casa do Povo de Porto Alegre, quando, com toda a tranqüilidade, manifestaram-se as Lideranças da Casa e as lideranças grevistas. E partimos para a busca de uma solução, inclusive com a proposta do Ver. Carlos Alberto Garcia, no sentido de que se marcassem dia e hora para uma reunião entre o Executivo, o Legislativo e as lideranças da greve. Na quarta-feira, eu havia falado duas vezes com S. Ex.ª o Prefeito, dizendo da intenção desta Casa de continuar intermediando a questão na busca da solução para um problema muito grave que diz respeito à saúde do povo porto-alegrense. Não recebi resposta de S. Ex.ª o Sr. Prefeito. Portanto, o Legislativo não foi considerado. Na quinta-feira, após a reunião, fiz novo contato com S. Ex.ª o Sr. Prefeito, relatando o que aconteceu na reunião, dizendo a respeito da proposta do Ver. Carlos Alberto Garcia e expondo a ele a intenção da Casa de intermediar para que uma solução acontecesse. Nem ao menos recebi uma resposta, não houve uma resposta. Eu acho que não pode ficar assim. Será que o Prefeito não quer que o Legislativo assuma a sua parte? A Lei Orgânica diz que são dois Poderes independentes e harmônicos. Será que o Prefeito não quer que a Casa assuma a sua responsabilidade? Parece que sim.

No entanto, sexta-feira, quando o Prefeito não nos respondeu a um telefonema, que foi claro, preciso e conciso, como sempre, o Diário Oficial de Porto Alegre trazia que estavam abertas as inscrições para admissão emergencial de médicos. Eu não vou discutir a ética da manchete, mas eu vou discutir a legalidade; é absolutamente ilegal, absolutamente incorreta. S. Ex.ª se baseia, para que tome a sua atitude, dizendo que “a fim de atender excepcional interesse público, em função da greve dos profissionais do SUS”. S. Ex.ª se equivoca e se equivoca mais uma vez quando não respeita o Legislativo e quando pretende usar a Lei n.º 7.770. É a mesma Lei pela qual eu levei o Prefeito Raul Pont à 4.ª Vara Criminal, onde ele está respondendo processo por crime continuado por cartas-contrato na área da saúde, que foram realizadas pelo Município, onde ficou constatado, provado e verificado que às vezes não tinham terminado um contrato e outro era assinado. Hoje, ficou constatado, provado que havia médicos que tinham seis contratos em seqüência. O Prefeito João Verle já foi Vereador nesta Casa, sabe que a Lei diz que: “Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público,” - por isso ele usou a frase do primeiro artigo da Lei n.º 7.770 – “a Administração Centralizada, autárquica e fundacional pública poderão promover a admissão de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei.” Parece ao Prefeito que a Lei só tem um artigo; não, mas a Lei tem mais, tem muito mais, já começa pelo artigo 2.º que define: “Consideram-se como de necessidade temporária de excepcional interesse público as admissões que visem: inc. I: a atender a casos de emergência ou de calamidade pública.” Será que o Prefeito de Porto Alegre está acima dos outros quatrocentos e noventa e seis Prefeitos do Rio Grande do Sul? Será que o Prefeito de Porto Alegre está acima do Legislativo Municipal, que levou o seu antecessor à 4.ª Vara Criminal para responder pelo crime continuado, segundo aceitou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul? E ele pode fazer agora, porque ele entende assim? E os outros quatrocentos e noventa e seis prefeitos do Estado decretam emergência, e o Governador do Estado determina que se analise o decreto de emergência, porque quando se decreta emergência se podem cometer barbaridades, como está pretendendo e como fez a Prefeitura no passado. Será que a Casa vai ser desrespeitada também com a idéia do Prefeito de passar por cima do Legislativo, fazendo inscrições para admissão emergencial de médicos?

Volto a dizer que não discuto a ética da iniciativa do Prefeito, mas discuto, sim, a legalidade, já que lá na Justiça está sendo processado o Sr. Raul Pont, ex-Prefeito da Capital porto-alegrense. Mas também o Prefeito Tarso Genro e o Prefeito Olívio Dutra fizeram cartas-contrato, até que a Casa tomou a iniciativa de processar o Prefeito; e o Ministério Público aceitou a denúncia; o Tribunal de Justiça, por unanimidade, aceitou a denúncia e encaminhou, e hoje, porque ele não é mais Prefeito, está apenas na 4.ª Vara Criminal.

Prefeito João Verle, eu não quero levá-lo à 4.ª Vara Criminal. Se quiser, faça um decreto e passará a ser legal. Se houver entendimento que é necessário fazer a contratação, faça na forma da Lei. Volto a dizer: não vou discutir eticamente o problema, mas, legalmente, não vou aceitar, e penso que a Casa não aceita, Sr. Prefeito Municipal, que seja desrespeitada, mais uma vez, uma iniciativa que não tem cobertura legal. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O Sr. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. João Antonio Dib assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras e público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara, em primeiro lugar, é preciso esclarecer e discordar, com todo o respeito que tenho, do Presidente da Câmara, Ver. João Antonio Dib. O Executivo Municipal respondeu, prontamente, a todos os chamados do Legislativo: respondeu, quando, aqui, compareceram, mais de uma vez, os Secretários, não só da Saúde, mas também o Secretário de Administração; respondeu, quando recebeu os Vereadores na Prefeitura, para a primeira negociação; respondeu, como sempre atende, um pedido do Presidente com o Prefeito, o Ver. João Antonio Dib, mas, da última vez, Ver. João Antonio Dib, a Prefeitura deixou muito clara a sua posição. Fez-se, aqui, um apelo à mesa de negociação, que teria a sua segunda reunião naquele mesmo dia, convidados todos.

Então, a Prefeitura está aberta à negociação. Seria necessária a intermediação do Ver. João Antonio Dib, Presidente da Câmara, ou de qualquer outro Vereador, se a Prefeitura não estivesse aberta à negociação, não estivesse recebendo, não tivesse pontes de comunicação. Não é isso que está acontecendo. É isto o que o Prefeito está dizendo, é isto o que o Secretário Municipal da Saúde está dizendo: a porta está aberta, a mesa está colocada, resta que os Sindicatos, que hoje estão em greve, sentem à mesa para discutir, para negociar.

Agora, eu gostaria de ver, aqui, a mesma crítica, quando o Sindicato Médico está ameaçando e perseguindo médicos que estão-se inscrevendo para o contrato emergencial. Isso é autoritário, isso é desrespeitar a classe. Quero ver, aqui, a mesma veemência, quando o Sindicato Médico está ligando para a casa dos médicos, ameaçando as pessoas nos postos, ameaçando de perseguição os médicos que não concordam com a greve. Quero ver a mesma crítica, quando o Conselho Regional de Medicina extrapola totalmente as suas funções, e vai fazer disputa sindical, quando o que ele tem que regular é a atuação do médico, e não se uma greve é legal ou ilegal, ou é ética ou imoral. Essa greve pode ser ética, mas ela é imoral, porque está levando a população de Porto Alegre, a que mais precisa, a ficar sem atendimento. Por quê? Porque não querem ser cobrados em 2/3 da carga horária, porque reivindicam plano de carreira, isonomia salarial. E a mesa está lá colocada para construir o plano de carreira e a isonomia salarial. Portanto, não é necessária a greve, porque a mesa já está colocada com a participação de todos os entes federados: Estado, Município e Federação. É só sentar à mesa. Tem cento e vinte ou cento e oitenta dias de prazo para construir esse projeto. Vão ficar cento e oitenta dias de greve até sair o projeto aqui? É isso que tem que ser criticado neste momento.

Quando a Prefeitura toma uma atitude razoável e responsável, com o compromisso que tem frente à população de Porto Alegre, de chamar emergencialmente para não deixar essa população desassistida, não nos cabe aqui fazer debates de leituras jurídicas. Ver. João Antonio Dib, me perdoe. V. Ex.ª tem uma a leitura jurídica sobre a decretação de emergência ou de urgência ou de calamidade. Nós temos outra interpretação, que embasa a nossa leitura para a contratação emergencial.

Portanto, nós estamos mantendo. O que importa é que estamos tomando atitude para defender a população mais carente, o trabalhador mais necessitado que usa os postos de saúde, lá na ponta e que, hoje, fica sem médicos. Felizmente é uma pequena parte dos médicos, porque não aderiram todos, nem os dentistas, nem os técnicos-científicos, mas que compromete o serviço.

Queria tratar, aqui, na Liderança do meu Partido, desta data, que foi a data do golpe militar tão repudiado pela Nação Brasileira. Nós temos que sempre lembrar para que nunca mais aconteça no nosso País tamanha violência contra seu próprio povo. Antidemocrático, autoritário, de perseguição, de torturas, só atrasou o nosso processo democrático, que, felizmente, hoje, recuperamos e recuperamos bem. Diferente do Ver. Isaac Ainhorn, que traz aqui um debate partidário e se esquece de que o seu Partido se abraçou no Collor, para não tirar o Collor; quando toda a população brasileira queria que o Collor saísse, o seu Partido, Ver. Isaac Ainhorn, estava lá do lado do setor mais conservador, reacionário e corrupto para defender o Governo Collor.

Então, coerência Ver. Isaac Ainhorn, com a história do PDT, que se abraçou no Collor contra a cassação do mais corrupto Presidente que este País já teve.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O seu tempo está encerrado, Vereador. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Srs. Vereadores, solicito a atenção do Plenário, por favor. Nobres Vereadores, a Sessão ia muito bem e vai continuar bem, porque acho que o espírito público de todos está presente.

Ver. Beto Moesch, a palavra está à disposição de V. Ex.ª.

 

O SR. BETO MOESCH: Muito bem, Sr. Presidente, dando continuidade ao meu tempo de Liderança, com todo respeito, Ver. Marcelo Danéris, nós estamos buscando uma solução para um problema gravíssimo que se estabelece na cidade de Porto Alegre, que é a greve dos médicos e odontólogos. As suas colocações não colaboram para a solução desse problema. Em primeiro lugar, porque mistura o assunto da greve com o fato do PDT ter se abraçado ao Collor. Acho que não devemos misturar, num mesmo pronunciamento, um assunto desse tipo, porque o que temos que tratar de forma emergencial nesta Câmara de Vereadores é a solução de algo, sim, que está afetando as pessoas mais carentes e que dependem dos postos de saúde para o seu atendimento. E aí é que deveria ter o empenho da Liderança do Governo, de fazer com que o Sr. Prefeito, mais uma vez, receba as categorias e alguns Vereadores da Câmara, Lideranças, Comissão de Saúde e Meio Ambiente para estabelecer o que conseguimos num primeiro momento, através do Ver. João Antonio Dib, que conseguiu uma audiência com o Sr. Prefeito e conseguimos, ali, num primeiro momento, acabar com a greve. É isso que a população quer; a população não quer a greve, mas ela quer um serviço de saúde melhor, mais qualificado e mais responsável.

No mínimo, o que deveríamos reconhecer aqui, Ver. Marcelo Danéris, é que, se há um problema identificado na greve dos médicos e dos odontólogos, Ver. Dr. Goulart, não deveríamos culpá-los apenas pelo mal que está na Saúde: o gestor tem que também ter o reconhecimento de que ele também está errando. Penso que é justamente o momento de os servidores e o gestor público, juntamente com a opinião pública, aproveitarem este momento dificílimo que a cidade de Porto Alegre está enfrentado e nos debruçarmos, amadurecermos e procurarmos avançar na gestão da Saúde no Município de Porto Alegre. Culpando um e culpando outro não vamos chegar a lugar nenhum. Portanto, esse debate pode ter continuidade. Nós temos que ter a maturidade de nos sentarmos e estabelecermos uma mesa de negociação real; e, aí, sim, enfrentarmos o problema de gestão da Saúde. Enquanto isso, por que não se estabelece uma mesa de negociação? O Prefeito ainda não deu resposta para uma audiência que esta Câmara está pedindo; ameaça, como já está fazendo, com contratações emergenciais; disse que não faria cumprir o Decreto e fez justamente o contrário, através de um e-mail, e, agora, não mais através e-mail, mas através de telefonemas, exigindo o cumprimento da carga horária, que era justamente o que se estabeleceu naquela audiência com o Sr. Prefeito, que nós deveríamos deixar como estava, porque não poderíamos, de um dia para o outro, implantar algo que se arrastava durante muitos anos. Então, é isso justamente que está faltando: o reconhecimento, de ambas as partes, de que não está bem a Saúde pública no Município de Porto Alegre e de que temos de aproveitar este grave momento para estabelecer uma melhor gestão de Saúde.

Aliás, se a Saúde pública está tão bem no Município de Porto Alegre, como diz a Prefeitura, por que é que se estabeleceu uma greve? A greve hoje é dos médicos e odontólogos, mas num primeiro momento foi uma greve de todos os servidores de Saúde do Município de Porto Alegre. Todos, sem exceção. Portanto, não dá para dizer que as coisas estão tão bem assim, senão nós não estaríamos enfrentando uma greve que está, sim, afetando o atendimento dos porto-alegrenses. Mas o atendimento está sendo afetado não só agora, através de uma greve. Nós constatamos, já em 2001, quando a Comissão de Saúde e Meio Ambiente era presidida pelo Ver. Pedro Américo Leal, e depois, em 2002, pelo Ver. Dr. Goulart, ao visitarmos todos os postos de saúde, que o atendimento não estava bom. Depois de visitarmos todos os postos de saúde, fizemos um relatório, e até hoje a Câmara não recebeu uma resposta sequer do Sr. Prefeito ou do Sr. Secretário Municipal de Saúde com relação àquelas sugestões que nós fizemos. Não fizemos um trabalho de oposição. Não; fizemos um trabalho de sugestões e recomendações, até hoje sem resposta.

Para concluir, se a Câmara de Vereadores não é respeitada pela Prefeitura, imaginem os servidores do Município de Porto Alegre como um todo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente o Líder da Bancada do PT, Ver. Marcelo Danéris. Hoje, Ver. Marcelo, talvez fosse o dia de homenagear os médicos. Carlo Urbani morreu na cidade de Bangcoc, ao identificar um vírus: o vírus da insuficiência respiratória aguda, chamada pneumonia atípica, em um empresário na cidade de Hanói, no Vietnã. Lá ele contraiu a doença e ontem ele morreu. Pois é exatamente no anonimato de um pesquisador ou um médico trabalhando lá na ponta do sistema, na intimidade do tecido social, em contato com todos esses problemas, é que devemos nos perguntar até que ponto o médico gosta da sua profissão e gosta dos seus pacientes. Neste dia, que deveria ser de reverência ao médico, e não de acusações dessa ordem, confesso a vocês que 95% dos médicos têm carteira assinada e têm contrato pela CLT. Pois esses médicos chegaram a romper essa relação com os pacientes. Por que será? Um médico com contrato de trinta horas recebe 1 mil e 500 reais, Ver. Pedro Américo Leal. Compare os 1 mil e 500 reais que o médico recebe, trabalhando seis horas diárias lá na ponta, com o nosso salário. Veja até que ponto está errada a coisa.

Exatamente com a comparação salarial vamos ver que não é somente a questão do salário, é a questão de uma política municipal de saúde. E, hoje, a Prefeitura se nega a dialogar e a ouvir o brado de alerta contra os problemas de um sistema que V. Ex.ª tão bem conhece, porque flagrou-os às mancheias, inclusive criando medo nos próprios funcionários, porque não queriam contar, com medo de represálias, a V. Ex.ª, quando era Presidente da Comissão de Saúde, sobre as mazelas, o mau cheiro, a falta de higiene, a falta de mínimas condições nos postos de saúde, devido a uma política absolutamente errada, uma política que faz a entrada do paciente no sistema pela porta de saída. E exatamente as pessoas que ainda contribuem para a manutenção desse sistema é que são hostilizadas dessa forma.

Quando falei no nosso Vereador, Líder Marcelo Danéris, reconheço o seu trabalho e esforço para o estabelecimento de negociações. E acho que está na hora de o Sr. Prefeito, de o Sr. Secretário, de o Sr. Líder da Bancada do PT se reunirem e dizerem: “Vamos receber os profissionais em greve e vamos chegar a um acordo.” Mas tem que haver cedência; e ceder significa entender o problema. E essa cessão, essa elasticidade no raciocínio é fundamental, Ver. Carlos Pestana, para que nós façamos uma aproximação e consigamos sair desse impasse que está-se tornando insuportável, vergonhoso, e, mais do que isso, um impasse que está-nos levando a estabelecer uma diferença muito grande entre aquilo que nós podemos fazer e aquilo que nós estamos fazendo. Nós estamos fazendo muito pouco para que se chegue ao fim desse impasse, em que quem sofre mais é o nosso paciente, o paciente pelo qual nós dedicamos uma vida inteira; pacientes como o Dr. Goulart, como outros médicos, aqueles médicos que estavam aqui, que 95% são assalariados e não têm consultório particular, pois esses médicos estão aqui e não estão pedindo aumento; estão pedindo um sistema municipal de saúde, estão pedindo um programa, estão pedindo dignidade no atendimento, especialmente condições de atendimento para os paciente e muito menos para eles. É isso que nós buscamos; é isso que tem de ser ouvido, é isso que, por favor, as autoridades do Município têm de entender. Chega de espera! Chega de incompreensão! Quem sabe a aproximação das lideranças médicas e do Município não seja tão difícil assim; é só uma questão de boa vontade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr. Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar queríamos agradecer a todos os colegas Vereadores pelos sentimentos manifestados pela passagem da minha mãe.

Em segundo lugar, queríamos noticiar a todos nesta Casa e aos que nos assistem que neste final de semana realizamos a reunião da Direção Estadual do Partido Comunista do Brasil, que deu início aos debates da IX Conferência Nacional do PC do B, que se realizará nos dias 26 e 29 de junho. O PC do B entende que há um novo quadro político no Brasil fruto da eleição do Governo Lula e fruto da derrota, num primeiro momento, do projeto neoliberal neste País. E, como marxistas, entendemos que para uma nova realidade, Ver. Zé Valdir, é necessária uma nova tática. Só que o nosso Partido, como um partido extremamente democrático - apesar de alguns considerarem que o centralismo democrático não o seja - decidiu que não deveria ser o Comitê Central a tomar uma decisão sobre a tática adequada para o momento, e decidiu convocar o conjunto da militância partidária para, durante três meses, fazer uma longa discussão culminando com as decisões da Conferência Nacional. Eu desafio qualquer partido deste País a ser mais radicalmente democrático do que o PC do B, que colocará para a sua militância e colocará para a sociedade, Ver. Isaac Ainhorn, também para os amigos, os militantes de outros partidos, para que opinem, e para isso demos partida neste final de semana. O documento base, aprovado depois de três dias de discussões no comitê central, chama-se: “PC do B, um novo tempo para o Partido. Buscar o êxito do Governo Lula na concepção de um projeto democrático nacional desenvolvimentista.” E coloca como bandeiras chaves, neste momento: paz, desenvolvimento e trabalho. Entendemos que essas mudanças, Vereadores Isaac Ainhorn e Zé Valdir, pelas quais todos nós lutamos, que o povo brasileiro almeja, tem a esperança, dependerão da mobilização de massas. Não acreditamos que somente em nível das cúpulas governamentais se decidam os destinos do País, por quê? Porque, evidentemente, as resistências, a herança maldita que temos, Ver. Isaac Ainhorn, e o Partido de V. Ex.ª também faz parte dessa grande frente vitoriosa, enfrentaremos grandes dificuldades e estamos enfrentando. E outro lado joga, está agindo e temos que agir e pressionar pelas mudanças. Esse é o trabalho que o PC do B buscará fazer, compreendendo, porém, que esse é o Governo depositário das esperanças do nosso povo.

Em terceiro lugar, na tarde de hoje, um pouco antes do início dos trabalhos deste Plenário, realizamos um ato simbólico de grande relevância, que foi a instalação pública da Comissão Externa pela Paz e Contra a Guerra. Ali estavam dez bancadas, um grande número de Vereadores, estava a nossa Deputada Jussara Cony, que preside a Comissão Externa pela Paz na Assembléia Legislativa, estava o Presidente Nacional da CUT, Sr. Quintino Severo, e tivemos um momento de profunda reflexão e convicção de luta pela paz neste momento. Também tivemos o ato simbólico de, na grande bandeira branca pela paz, colocar nas mais diversas línguas a palavra “paz”, para que, nas grandes manifestações que estão previstas, os povos do mundo, ao mirar essa bandeira, vejam a palavra “paz” em todos os idiomas. O próprio Ver. Isaac Ainhorn, que não pôde estar naquele ato, colocou a sua mensagem com a palavra “shalom” - “paz”, em hebraico.

Estamos programando, junto com todas as entidades, para 11 de abril, uma grande manifestação de rua em Porto Alegre, na qual procuraremos - Governo do Estado, Prefeitura, Assembléia Legislativa, as igrejas e todo movimentos - levar Porto Alegre a dizer: “Não à guerra; pela paz!” Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, o noticiário da semana passada trouxe em destaque uma Medida Provisória do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, liberando a produção de soja transgênica feita em diferentes Estados, em especial, aqui no Rio Grande do Sul.

Isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, reforça uma tese que vem sendo discutida - e nós tivemos a oportunidade de estar na tribuna - de que, por de trás do Bové, aquele que veio aqui e invadiu a Monsanto, estaria a indústria dos pesticidas e agrotóxicos. Esse é um dado que algumas revistas especializadas publicaram, que mostram que, no fundo da discussão, Ver. Pedro Américo Leal, estão dois grandes interesses econômicos jogando: de um lado, a indústria do pesticida, eis que a transgenia implica menos utilização do agrotóxico. Então, de um lado, seria a indústria localizada nos Estados Unidos e, de outro lado, a indústria da Europa. O Sr. Bové, que fez aquela invasão toda, etc. e tal, estaria a serviço - veja V. Ex.ª - dos interesses multinacionais dos pesticidas! Porque não acredito que o Sr. Presidente da República fosse liberar a soja transgênica, Ver. Isaac Ainhorn, se ela comprometesse a saúde humana! Parece-me que o debate sai desse terreno e ingressa num jogo de interesses. Essa é a leitura que se faz da manchete que a mídia nacional fez, semana passada: o Governo libera a produção de soja para que se comercialize, para que se faça o consumo, mas diz: “No ano que vem, não será mais permitido.” Conversa para “boi dormir”! Conversa para “boi dormir”!

Então, esse debate, Ver. Renato Guimarães, sai do terreno que nós e grande parte da população, honestamente, acreditávamos que fosse sério! É jogo de interesses econômicos! Jogo de interesses econômicos! Está aqui ó (Mostra o jornal.): Medida Provisória do Presidente Lula, mandando comercializar a soja!

Mas como, se é prejudicial à saúde? Como é que eu cometo um ato desses? E aí, fico “dourando a pílula”, dizendo: “Ah, na próxima, não pode mais.” Essa é toda a verdade!

São dois interesses grandes que estão em jogo, e vêm confirmar o que a revista disse aqui: “O Sr. Bové é instrumento da indústria do agrotóxico, do pesticida, na defesa desses interesses!”

Inclusive, setores monitorados ideologicamente plantaram soja transgênica, que foi o Movimento dos Agricultores Sem Terra! Então, nós temos que começar a acertar as coisas!

Então, fica aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação para estranhar tudo isso. Então, por trás de toda aquela história do Sr. José Bové, que invade a Monsanto, está a indústria do pesticida, dos agrotóxicos.

Fica aqui, portanto, a nossa estranheza com a Medida Provisória. Eu penso que não poderia ser diferente, pois grande parte da soja plantada no Rio Grande do Sul é de semente modificada. Então, é um jogo de interesses, um jogo de mercado, é o mercado internacional instrumentalizado. E muito se discutiu, nesta Casa, neste Município e neste Estado, a transgenia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nós tivemos nesta tarde, há poucos minutos, a oportunidade de ter uma conversa com o Diretor-Presidente do PREVIMPA, José Carlos dos Reis, conjuntamente com a Presidenta, e os funcionários da FASC, Célia Pinto. O que nós estamos propondo é que esta Casa comece a fazer uma discussão sobre a questão da previdência, mas a previdência dos celetistas do Município. Hoje o município de Porto Alegre tem por volta de CINCO mil celetistas, ou seja, 25% dos funcionários que prestam serviço ao Município de Porto Alegre são celetistas. São profissionais oriundos da FASC, do DMLU, do DEMHAB, do DMAE, da PROCEMPA e de outras instituições.

Então, o que nós estamos propondo é que esta Casa comece a fazer uma discussão sobre a questão da previdência complementar, já que esse tema está sendo discutido em nível nacional. Nós, como Vereadores, aprovamos, aqui na Casa, a Previdência dos Funcionários Municipais, mas para os estatutários, não para os celetistas. Então, entendemos mais do que justo que aqueles funcionários públicos municipais celetistas possam ter o direito de fazer o seu fundo para uma aposentadoria complementar. É um tema que está em discussão. Não está previsto na Lei, e é por isso que este Vereador, agora, cada vez mais, vai se aprofundar para ver de que forma nós podemos inserir na Lei do PREVIMPA, mas também sabemos que está para sair uma nova lei em nível nacional sobre a questão da previdência. E é por isso que a discussão do Município de Porto Alegre tem que sair, e até, inclusive, vai propor, talvez sirva até de modelo para o próprio Governo Federal, criar nos Municípios e em outros lugares a previdência complementar. Entendemos que é justo. Os funcionários celetistas de várias autarquias recebem, inclusive, a bimestralidade - não é o caso da FASC, a FASC não recebe a bimestralidade -, mas entendemos que é direito legítimo de cada um tentar fazer a sua poupança privada para, ao final do seu tempo de contribuição, ter direito a um tipo de aposentadoria.

Essa tem sido a grande discussão no nosso País. Não se tem ainda uma posição clara, mas está sendo discutido, por exemplo, qual será o teto salarial, se as contribuições vão incidir ou não sobre os aposentados e qual será o teto.

Então, o que nós estamos propondo - e foi isso que nós fizemos hoje nesta reunião com o Presidente do PREVIMPA - é ver qual a melhor forma de fazer essa discussão.

Já conversamos, inclusive, com o Ver. Aldacir Oliboni, Presidente da nossa Comissão, e a idéia que estamos trabalhando é a de que esta Casa faça um grande seminário convidando todas as autarquias. E que fique ao livre arbítrio de cada um: quem quiser ter uma aposentadoria diferente que possa fazer essa complementação. Hoje, no nosso País, a grande discussão é justamente esta: a questão do servidor público e do servidor privado. Ambos têm as suas discussões. O servidor da iniciativa privada contribui com dez salários mínimos e se aposenta com sete, oito, e a cada ano que passa ele vê o seu valor de contribuição sendo retirado porque o índice, nos últimos anos pelo menos, do salário mínimo tem sido um pouco acima do valor da inflação, e o que se corrige sempre fica abaixo. Então, aquele trabalhador que trabalhou trinta, trinta anos ao longo da sua vida e no momento da aposentadoria se vê penalizado, percebe que a cada ano estão mexendo um pouco mais no seu bolso. Contribuiu com sete, passa para seis, para cinco e, se já está aposentado, por volta de dez, doze anos, passa a ganhar quatro salários mínimos, isso no caso dos que se aposentam numa situação de dez salários mínimo. O Poder Público não tem teto, então, se a pessoa ganhar cem salários mínimos, vai-se aposentar sobre cem salários mínimos. O funcionário público pode alegar que contribuiu para isso, mas, ao mesmo, podemos perguntar:  E o funcionário da iniciativa privada também não gostaria de contribuir para isso? Essa temática está sendo comentada e é o grande tema em todo o País, inclusive quanto à idade para se aposentar, que não havia no início, depois passou de quarenta e oito para cinqüenta e três anos, e agora talvez passe para sessenta, sessenta e cinco anos. Na realidade, esse tema é pertinente, atual, e aqui em Porto Alegre, com cinco mil celetistas vinculados diretamente ao Município, entendemos, sim, que essas autarquias têm de se reunir, discutir, debater e criar um fundo complementar para suas aposentadorias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Requeiro que se faça uma transposição. O Veto Total ao PLL n.º 067/01, o primeiro da Ordem do Dia, seja colocado imediatamente após o último, que é o Veto Total ao PLL n.º 212/02.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Eu sou contrário a qualquer transposição. Acho que a Ordem do Dia deve ser obedecida. Não há por que fazer transposição de projetos. A minha opinião é uma.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador Pedro Américo Leal, recebo a colocação de V. Ex.ª, mas eu havia solicitado, no início da Sessão, que as Lideranças se reunissem para dispor sobre a forma em que será votada a Ordem do Dia. Há um Requerimento do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: V. Ex.ª foi o Vereador que sugeriu esse estado de trabalho. V. Ex.ª não poderia fazer isso.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu entendo V. Ex.ª, mas temos dez vetos e os dez têm as mesmas posições, eles estão trancando a Ordem do Dia. Na quinta-feira, houve problemas, e eu sugeri, no início da Sessão, que as Lideranças acordassem. Entendi que já houvesse consenso, e parece não ter havido.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, interpretando o sentimento do bloco de oposição, quando se chegou a conversar, inclusive, com o Ver. Renato Guimarães, que, naquele momento, respondia pela Liderança da Bancada do PT, nós reafirmamos a tese de votar uniformemente pela seqüência, interpretando sentimento da proposta do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Quero esclarecer que a posição do Ver. Renato Guimarães foi pela inversão da ordem. Não estava constando a ordem das votações. Eu quero fazer um adendo à proposta do Ver. Elói Guimarães, que é o Projeto do Ver. José Fortunati, que foi vetado, PLL n.º 008/02, para que ele fosse apreciado primeiro, em troca do que foi solicitado pelo Ver. Elói Guimarães, pelo seguinte motivo: a Ver.ª Margarete Moraes está tratando deste Projeto, inclusive com o atual Secretário José Fortunati, e gostaria de votar. Mas a partir de amanhã, ela estará em representação da Câmara Municipal por três dias. Portanto ficaria prejudicada a sua participação na votação do Veto Total ao PLL n.º 008/02. A sugestão é de que apreciemos primeiro o Veto Total ao PLL n.º 008/02, de autoria do Ver. José Fortunati.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa registra a sua tristeza, sem dúvida nenhuma. Na quinta-feira, esta Presidência ouviu discursos inflamados, e se reclamava que não se permitiu que as Lideranças se reunissem para decidir o problema. Agora eu tenho um Requerimento, devo votá-lo, a não ser que as Lideranças que vão se reunir... V. Ex.ª dirá que eu tenho dois, mas eu tenho que votar o primeiro e depois o segundo.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Não é isso que eu vou dizer, é para ajudar. As Lideranças estão pedindo um minuto para tentar ajustar essa questão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Com muito gosto e muita satisfação, esperando que se encontre solução.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, interpretando o sentimento do bloco da oposição, concordamos em votar pela seqüência. Se não for assim, não vamos aprovar. Interpreto o sentimento do conjunto das bancadas da oposição que tinham acordado com o PT, mas o PT não está respeitando. O PT quer agora derrubar o Veto ao Projeto do Ver. José Fortunati, inverter para isso, nós não vamos admitir isso.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Isaac Ainhorn, no momento em que as Lideranças se reuniram não foi decidida a seqüência na Ordem do Dia, isso foi comunicado à Mesa e a Mesa tem presente. Continuo dizendo a V. Ex.ªs que nós temos uma proposição, e vou votar o Requerimento do Ver. Elói Guimarães, porque Requerimento deve ser votado.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, peço desculpas, porque, em certo momento, eu fui demais severo com V. Ex.ª , mas eu abomino o “mercado persa” que se faz aqui em frente ao Presidente. Não é possível, uma Casa Legislativa não pode chegar a este ponto. Está escrito, cumpre.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, o Presidente não pode dar solidariedade, mas o Ver. João Antonio Dib lhe dá solidariedade. Por cinco ou seis anos, eu discuti que não deveria haver alteração, mas a oposição tem condições de derrubar o Requerimento do Ver. Elói Guimarães, e entraremos, depois, na Ordem do Dia, na seqüência.

Em votação nominal, por solicitação do Presidente, Ver. João Antonio Dib, o Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães, que solicita que o Veto Total ao PLL n.º 067/01 seja apreciado após o Veto Total ao PLL n.º 212/02. (Pausa.) APROVADO por 14 votos SIM, 03 votos NÃO.

O Ver. Marcelo Danéris havia apresentado um outro Requerimento, se não for prejudicial ao Requerimento aprovado, ele também será votado.

Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris solicita que seja votado em primeiro lugar o Veto Total ao PLL n.º 008/02, de autoria do Ver. José Fortunati. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 15 votos SIM e 03 votos NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0174/02 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 008/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que estabelece a Política Municipal do Livro e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4.º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 18-03 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 008/02, com Veto Total. (Pausa.) A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para discutir.

 

 A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, discutindo essa proposta do Secretário de Educação, hoje, Ver. José Fortunati, queremos manter o Veto do Prefeito Municipal, considerando que se trata de uma preocupação meritória do Vereador e que na própria Assembléia Legislativa do Estado houve um Projeto semelhante apresentado pelo Deputado Giovani Cherini e foi acolhido e bem-vindo pela SEDAC, pela Secretaria de Estado da Cultura.

Nós defendemos o Veto Total, não por razões ideológicas, mas porque há diferenças no âmbito do Estado e do Município.

No caso da Secretaria Municipal da Cultura foi uma feliz criação, Ver. Pedro Américo Leal, do Professor Joaquim Felizardo. Já existe uma função precípua na criação da Secretaria, que seria a constituição e o desenvolvimento de políticas culturais.

Em quatorze anos de Secretaria existe uma política cultural que tem reconhecimento nacional e internacional.

Existem, Ver. Luiz Braz, conceitos que vêm desde o início da Secretaria, desde Joaquim Felizardo, com Luiz Paulo de Pilla Vares e, depois, na minha gestão, conceitos esses, de cultura, que superam a questão artística e que trabalham com a democratização, com a descentralização, com a pluralidade e com a inclusão social.

Esses conceitos e essas idéias perpassam todas as coordenações da Secretaria, a Coordenação do Livro, a Coordenação da Música, das Artes Cênicas, das Artes Plásticas e as demais.

No caso do livro, já são trabalhadas essas idéias, tendo como idéia principal o incentivo e o amor à leitura e à escrita em vários aspectos do ponto de vista da produção, da criação.

Já existem oficinas de textos não apenas nos espaços institucionais, mas na periferia, nos bairros e já existe a Biblioteca Municipal e vários cursos que trabalham com essa idéia. No caso da aprovação do Projeto do Ver. José Fortunati, esse trabalho seria colocado de lado, haveria um grande prejuízo na política do livro e da literatura. Eu gostaria de citar aqui, aproveitando este momento tão importante, que também a Coordenação do Livro trabalha com a difusão do livro. Há vários projetos, citamos: a Tenda de Literatura, que vai às praças das cidades; a biblioteca que foi montada especialmente no acampamento da juventude, no Fórum Social Mundial; o Projeto Troca-Troca, que acontece no Brique da Redenção; a Caixa Estante, que vai às dezesseis regiões do Orçamento Participativo e coloca os livros à disposição da população; as bibliotecas ramais, além da Biblioteca Josué Guimarães, que já foi constituída no Centro Administrativo da Restinga. São políticas sistemáticas, políticas permanentes que são articuladas entre si.

O Projeto do Ver. José Fortunati infelizmente desconhece que existe o Prêmio Açorianos de Literatura Adulto e Infantil e propõe uma nova modalidade de premiação, que é a modalidade de Prêmio de Literatura Porto-Alegrense, sendo que o Prêmio que já existe, Ver. Pedro Américo Leal, vem do Decreto n.º 10.982/92 desta Casa. Existem outros projetos do livro e literatura, no caso, que incentivam a revelação de novos autores, como é o caso de um Projeto chamado Poemas no Ônibus, que coloca poemas em todos os ônibus da cidade de Porto Alegre, inclusive 70% da nossa população reconhece esse como um projeto fundamental da Secretaria Municipal da Cultura. Poemas no Ônibus também tem um Decreto, é o Decreto de n.º 13.660, de 11 de março de 2002. E assim vários projetos de incentivo à literatura e à escrita, de incentivo a novos autores, como é o caso do concurso “Histórias de Trabalho”, também existente há mais de dez anos, ou de concursos eventuais, como um projeto que aconteceu entre a SMC e a SMIC, cujo título era “Escreva seu Nome na História do Mercado”.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana, para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Portanto, nós consideramos que o Projeto do Ver. José Fortunati restringe um trabalho que já existe na Secretaria, e, mais do que isso, desarticula o trabalho de uma coordenação em relação às demais coordenações. Todos esses concursos que já acontecem têm um júri, formado por especialistas da universidade, escritores, poetas.

Também gostaria de dizer que a Secretaria trabalha com momentos de reflexão. É o caso do Projeto de 40 anos da Legalidade, Ver. Isaac Ainhorn, quando convidamos personalidades da nossa Cidade como o Coronel Neme e o Jornalista Aveline, que participaram daquele momento, assim como momentos de reflexão sobre a obra de determinadas figuras, como foi o caso do Jornalista Celito De Grandi, no ano passado, quando lançou o livro sobre Loureiro da Silva; dos escritores Alcy Cheuiche, do Moacyr Scliar e do Charles Kiefer. É importante que a gente deixe muito claro que a posição da Prefeitura é de que a Feira do Livro constitui o maior evento cultural da nossa Cidade, porquanto existe há mais de quarenta anos. E, nesses treze anos da Administração Popular, o Governo apóia a Feira do Livro. E a partir do Governo do Prefeito Raul Pont, a Prefeitura passou a ser patrocinadora oficial das mais importantes na Feira do Livro, tendo o nosso Governo três estandes: um ligado à Secretaria da Educação, outro à Cultura e outro para os escritores independentes. Também é importante dizer que a Secretaria da Cultura, na Coordenação do Livro, possui há treze anos a unidade editorial com mais de trezentos títulos publicados e editados por nós. E que o nosso Governo, de uma maneira geral, tem muito amor pelo livro e pela literatura e já tem um grupo de trabalho de toda a Prefeitura com programas de leitura, de políticas públicas, com a participação da Secretaria da Cultura, Educação, DMLU, SMAM, SMIC.

Com todo o respeito que temos pelo Ver. José Fortunati, nós consideramos que, no seu caso, como Secretário de Educação do Estado, ele vai se valer de especialistas, vai cumprir a Lei das Diretrizes e Bases, e vai estabelecer o diálogo entre todas as partes. Mas, em cima disso, ele vai montar a sua política de educação no Estado, porque trata-se de um governo legitimamente eleito, no caso do Governador Rigotto. Esse é o caso da Administração Popular. Nós fomos eleitos, temos uma política cultural reconhecida nacional e internacionalmente e por isso não aceitamos essa restrição e essa desestruturação de um trabalho já existente, e queremos sensibilizar os Vereadores desta Casa para que acompanhem o Veto do Prefeito João Verle. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o presente Projeto de Lei, de autoria do Ver. José Fortunati, hoje Secretário de Educação do Governo Germano Rigotto, tem como ementa básica, Ver. João Carlos Nedel, a política municipal do livro, “e dá outras providências”. Vejam a preocupação do Ver. José Fortunati.

Nós sabemos que o PT não vai querer dar, que o Governo não vai querer dar a estrela maior a uma definição da política municipal do livro ao egresso de suas fileiras Ver. José Fortunati. Respeito muito a posição da Ver.ª Margarete Moraes, mas o Ver. Juarez Pinheiro desce às minúcias de detalhes e filigranas jurídicas para inviabilizar o Projeto do Ver. José Fortunati, simplesmente porque ele, depois de anos e anos na militância petista, tendo sido dirigente bancário, na liderança sindical, depois de ter exercido mandato de Deputado Federal, depois de ter sido Vice-Prefeito da cidade de Porto Alegre, desiludido com a estrutura de patrulhismo stalinista existente dentro do PT, procurou uma nova opção partidária. Ora, Vereador-Presidente, vão admitir agora aprovar um Projeto do Ver. José Fortunati, que estabelece para Porto Alegre uma política municipal do livro? É muito! É muito, é demais, Ver. Cláudio Sebenelo! Eu acho até que, se a hoje Ver.ª Margarete Moraes, no exercício do mandato, cá estivesse no período em que este Projeto estivesse tramitando, eu tenho certeza de que ela aperfeiçoaria o Projeto, porque, pelo que eu tenho convivido e pelo que eu tenho conversado com a Vereadora, eu acredito na sua sinceridade de uma divergência de conteúdo em relação ao Projeto. Ela não tem esse espírito de revanchismo.

Não há que se dar a José Fortunati a prioridade de ser o autor da política municipal do livro na cidade de Porto Alegre. Ah, é demais! Mas eu acho que a gente tem de ter um espírito mais aberto, um espírito mais tolerante.

Vejam o que diz o art. 1.º do Projeto de Lei do Ver. José Fortunati: “A política municipal do livro obedecerá o disposto nesta Lei, visando a fomentar o desenvolvimento cultural, a estimular a criação artística e literária e a reconhecer o livro como instrumento para a formação educacional, a promoção social e a manifestação da identidade cultural do Município.” Eu pergunto a V. Ex.ª, Ver.ª Margarete Moraes - e o microfone de apartes está a sua disposição -: existe hoje, num contexto de leis municipais – não de leis esparsas, como V. Ex.ª mencionou e que poderiam ter aperfeiçoado o Projeto, e que tenho certeza de que não aperfeiçoaram porque aqui não estavam –, lei municipal que defina, em todos os aspectos, em todos os seus conteúdos, uma política municipal do livro? Gostaria de perguntar se existe uma lei nesse sentido. A palavra está com V. Ex.ª, porque eu gostaria e apreciaria uma manifestação de V. Ex.ª

 

A Sra. Margarete Moraes: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sim, a Secretaria Municipal da Cultura cumpre a lei, e quando diz das funções na criação do próprio órgão, cumpre a Lei Municipal e a Lei Federal, mas não se trata de uma lei que engesse, uma lei que limite. É uma lei que discute com especialistas e trabalha com o diálogo e com a população. Existe uma Lei, Ver. Isaac Ainhorn...

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu fui autor dessa Lei, Vereadora. Eu participei aqui da criação, há muitos anos, no governo trabalhista de Alceu Collares, da criação da Secretaria Municipal da Cultura. Mas ali colocamos a norma num princípio genérico.

 

A Sra. Margarete Moraes: Existe a regulamentação, existe como funciona em todas as coordenações estabelecidas na Lei original. Se tivesse uma política diferenciada para o livro, para a música, outra para as artes cênicas e outra para as artes plásticas, causaria grande desarticulação interna dentro do órgão municipal da Cultura.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Recolho a observação de V. Ex.ª. Eu indago se algum Vereador pode-se inscrever, porque o meu tempo findou.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Dr. Goulart inscreve-se e cede o seu tempo ao Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu acredito, Vereadora, que o Projeto do Ver. José Fortunati, até depois de rejeitado o Veto, pode-se transformar em lei; ele pode até ser aperfeiçoado por uma alteração de um Projeto de Lei a ser sugerido por V. Ex.ª. Neste momento, Ver.ª Margarete Moraes, nós não temos outras alternativas: ou colocar o Projeto do Ver. José Fortunati no arquivo morto, no arquivamento definitivo e na sepultura eterna, através da manutenção do Veto, ou restabelecermos na vivência e nas suas propostas, através da rejeição do Veto. É isso o que temos de alternativas.

Neste momento, eu tenho certeza de que V. Ex.ª poderia, com a sua experiência na área cultural, contribuir para melhorar. Mas não temos essa opção. Portanto, a nossa sugestão é de que rejeitemos o Veto do Sr. Prefeito. Eu sei que V. Ex.ª tem uma política que não a política revanchista de outros colegas que não querem ver aprovado o Projeto de Lei do Ver. José Fortunati porque ele não pertence mais à grei petista.

 

A Sra. Margarete Moraes: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, em nenhum momento há uma perseguição ao Ver. José Fortunati. Eu acredito na boa preocupação, nas razões, as melhores possíveis, apresentadas pelo Vereador. Na condição de ex-Secretária, agora Vereadora, eu procurei a Secretaria da Cultura e procurei o Ver. José Fortunati e apresentei um Projeto alternativo que viabilizasse as suas idéias, mas que não destruísse aquilo que já existe na Secretaria Municipal da Cultura, e não obtive resposta. Apresentei através de seu Assessor, o Sr. Gothe, quando esteve aqui, oficialmente ao Ver. José Fortunati. Portanto, não há nenhuma atitude revanchista; o que há é uma política que já é boa - não é impassível de críticas, ela pode sempre ser aperfeiçoada, nós sabemos disso -, há uma política que é reconhecida pelos escritores em Porto Alegre e pelas comunidades. Eu acho que deveria ser mantida, e ela poderá ser aperfeiçoada, com certeza.

 

O SR. ISAAC AINHORN: V. Ex.ª está há um mês no exercício do mandato parlamentar. Lógico que já conhecia esta Casa, mas pode crer que as boas intenções os Vereadores de oposição têm sensibilidade para acolher. Mas, neste momento, Ver.ª Margarete Moraes, nós, da oposição, vamos trabalhar pela rejeição do Veto ao Projeto de Lei do Ver. José Fortunati, e deixamos a V. Ex.ª a proposta de apresentar um Projeto de Lei de aperfeiçoamento. Há definições no Projeto do Ver. José Fortunati para as quais não existem conceituações na atual sistemática da estrutura da cultura em Porto Alegre.

Aqui estão Vereadores, como o Ver. Wilton Araújo, que também, na época, foi um dos responsáveis pela criação da Secretaria Municipal da Cultura, que teve, como seu primeiro Secretário, um trabalhista à frente da Secretaria. Ele deu contribuições extraordinárias aqui nesta Casa. E eu me recordo da riqueza dos debates que aqui se desenvolveram quando Joaquim Felizardo veio a esta Casa, Ver. Cláudio Sebenelo, com a sua experiência, a sua história, com a sua bagagem cultural trazer contribuições. O Ver. Luiz Braz, por exemplo, lembra disso, o Ver. Luiz Braz, que é um dos mais antigos Vereadores, que, desde 1982, por mais de vinte anos, está aqui, assim como o Ver. Elói Guimarães. Não posso dizer o mesmo do Ver. João Antonio Dib, porque, no momento em que nós criávamos a Secretaria de Cultura, ele não estava aqui. Naquele momento, por um curto período da sua história, ele ficou sem mandato, que o povo lhe conferiu, a Vereador, praticamente, ad aeternum! E ele ri!

Eu encerro, apenas lembrando a V. Ex.ªs o seguinte: o PT, que é tão cioso do debate, da discussão, votou por esse Regimento autoritário e ditatorial, que não permite relembrar os velhos tempos de Aloísio Filho e Say Marques, em que um Projeto era discutido por horas e horas a fio! Este Projeto aqui, um Vereador não tem mais do que dez minutos para debater! É lamentável esse autoritarismo e essa cassação dos seus próprios direitos que a Câmara conseguir fazer sobre si própria, Ver.ª Berna Menezes! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª sabe que não é autoritário, mas é um homem de autoridade e votou nesse Regimento interno e, por isso, eu o cumprimento.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)

 

V. Ex.ª votou e errou. Muito bem, eu fico contente. Admitir o erro, já é um sinal de melhoria.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em muitos momentos, com grande sensibilidade, com grande postura, a nossa querida colega, Ver.ª Margarete Moraes, defende um tipo de política que ela ajudou a instalar ou instalou, e existem muitas coisas elogiáveis nessa política. Eu quero destacar, por exemplo, que um dos momentos mais ternos e agradáveis de Porto Alegre é, ao viajar num ônibus, encontrar uma poesia. E, nessas poesias selecionadas, eu encontro qualidade, eu encontro a tradução do sentimento dos porto-alegrenses feito na janela de um ônibus, quando, dentro do anonimato das pessoas que nunca se viram na vida, passam a se identificar através dos textos poéticos. Eu gostaria que muito dos meus textos figurassem, e seria assim talvez o galardão máximo: o povo. Como diz muito bem Carlos Tenius: “A minha arquitetura é para o povo, é por isso que eu a faço na praça, é por isso que a população tem que ver a minha arquitetura como um povo.” E temos aqui esse monumento em ferro e ferrugem, os Açorianos, que é o monumento dos 250 anos de colonização dos Açorianos, que tem característica dessa cultura que nós buscamos, através da arte, através da poesia, através das inspirações de todas as nove musas, entre elas a do livro. Pois é aí que eu gostaria de rejeitar o Veto do Prefeito. Rejeitando o Veto, não quer dizer que se anule todo um trabalho, todo um projeto. Não, rejeitando o Veto, o que se quer mostrar é que, muitas vezes... Domingo eu fui a um estádio de futebol, e nesse estádio de futebol eu purguei o meu carma esportivo de ver o meu time não conseguir ganhar aqui dentro de Porto Alegre. E chamam o futebol de esporte, que é praticado, muitas vezes, por vinte e duas pessoas, e não praticado pelas dez mil, vinte mil pessoas que estão no estádio. Esse é o problema da área da cultura. Quando nós vamos incentivar a formação de escritores? Tão poucos escritores, ainda, temos. Muito poucos. Quando nós vamos incentivar a leitura - de uma forma muito maior, muito mais global, muito mais dentro das necessidades de Porto Alegre -, em vez de nos submetermos apenas à oferta da Biblioteca Municipal? Nós sabemos que ela tem limites. A própria Biblioteca Estadual, Ver.ª Margarete Moraes, é limitada. Eu fui à Biblioteca Estadual e ela não está com o sistema de computação. O problema do livro é um problema que precisa, pungentemente, buscar, da forma mais urgente possível, a busca da sua organização dentro de uma política municipal do livro, e a seguir uma estadual. Nós estamos precisando do benefício desse gênio chamado John Gutenberg, que em 1492 fez o primeiro livro e que desenvolveu tanto. E nós temos toda a prova, Ver.ª Margarete Moraes, de que, realmente, não se lê - a nossa criança não lê, o nosso jovem não lê, o nosso estudante não lê - quando nós vemos, num vestibular, cinco mil notas zero em redação. O zero em redação é porque nós vivemos, Vereadora - e aí é que está a necessidade de uma política muito maior, muito mais ampla e muito mais abrangente na Cidade -, a era da imagem. Essa era da imagem é que nos impede de decodificar as coisas mais lindas escritas e de criar, no nosso imaginário, nos nossos sonhos, outros personagens, outros argumentos, outras histórias.

Nós não estamos educando a nossa juventude para pensar, e, pensando, criar; e criando, sonhar; e sonhando, transmitir às outras pessoas alguma coisa que só uma nova política municipal do livro, que está muito próxima da atual... Eu gostaria imensamente que continuassem muitas coisas atuais da política, mas que se aumentasse esse caudal político, esse caudal de cultura com uma política municipal do livro - que é um dos tesouros que nós podemos oferecer para as próximas gerações. Contrário ao Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, eu reconheço na figura da Ver.ª Margarete Moraes uma pessoa que prestou um grande serviço na Secretaria de Cultura do nosso Município. Ela tem toda a nossa admiração como Secretária que foi, mas, Vereadora, eu não concordo com V. Ex.ª quando V. Ex.ª vem à tribuna e solicita a derrubada desse Veto. Vou chamar a atenção para algumas coisas que são muito malfeitas pelo Executivo, são enviadas para este Legislativo e às vezes não são lidas pelos Vereadores – talvez por falta de tempo. Assim, acabamos, de repente, aprovando determinados monstros ou derrubando vetos sem nenhum significado. Veja, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª que talvez seja o Parlamentar com maior experiência de todos nós, quando analisamos Veto, votamos as razões do Veto que o Prefeito apôs – não estou mais analisando o Projeto em si, pois já foi votado. Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª, Presidente desta Casa, veja que o Prefeito se embasou no artigo 60, da Constituição Estadual, que reza sobre as atribuições do Governador do Estado. Ora, acho que, no mínimo, ele deveria procurar a Lei Orgânica do Município, no seu artigo 94, e ver as atribuições privativas do Prefeito, porque estamos votando, aqui, um Veto aposto pelo Prefeito Municipal, e ele chama a atenção da Constituição Estadual para dizer as funções do Governador do Estado para vetar projetos da área do Estado. Sem nenhuma ligação, porque lá na Constituição Federal também há as atribuições do Presidente da República para esse mesmo item; no Estado também há e aqui no Município temos a nossa Lei Orgânica, artigo 94. Então, ele já começa errando ao citar o artigo 60. Depois, ele vai para o artigo 82, onde acaba se perdendo, pois sempre chama a Constituição Estadual, alegando algo absolutamente terrível. Ele diz que o Vereador – e chamando a atenção para um artigo que lá na Constituição Federal é o artigo 166, tendo-se a mesma referência na Constituição Estadual e na Lei Orgânica do Município – José Fortunati não poderia, de forma nenhuma, criar gastos para o Município sem indicar as referidas compensações. Quem lê o artigo vai ver que isso é válido nos projetos orçamentários. O artigo 166 comenta que no plano plurianual tem de ser feito isso. Quando se vota um projeto orçamentário eu tenho que agir exatamente dessa forma. Só que o que o Ver. José Fortunati está fazendo não é nada que esteja dentro dos projetos orçamentários; ele está oferecendo um plano de ação para o Executivo Municipal.

Parece que só se abrem a Constituição Estadual e a Constituição Federal e não se abre a Lei Orgânica do Município. Se lermos o art. 94, da nossa lei Orgânica do Município, vamos encontrar os únicos projetos que são da iniciativa privativa do Sr. Prefeito Municipal. E o art. 94 diz: (Lê.) “Compete privativamente ao Prefeito Municipal promover a iniciativa de projetos de lei que disponham sobre criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos da administração direta e autárquica.” Não é o caso. (Lê.): “...Regime jurídico: provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores públicos,...” Não é o caso. (Lê.): “...criação e estruturação das secretarias e órgãos da Administração pública...” Também não é o caso. E são os únicos projetos que são privativamente da iniciativa do Sr. Prefeito Municipal, de acordo com o que está escrito aqui na Lei Orgânica do Município.
As razões do Veto são totalmente inadequadas. Quem escreveu essas razões do Veto conhece muito pouco sobre Lei Orgânica do Município, e, infelizmente, indicou mal os artigos pelos quais o Prefeito veta o Projeto de Lei. Como nós analisamos as razões do Veto e não analisamos mais o Projeto, eu acredito que a esta Casa cabe simplesmente rejeitar essas razões de veto que foram trazidas para esta Casa, porque, afinal de contas, temos de preservar a dignidade deste Legislativo, e isso só acontece quando fazemos com que as nossas prerrogativas sejam utilizadas na íntegra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a discussão deste Veto está se tornando na verdade um torneio de oratória e também a colocação de situações que absolutamente não têm base real nenhuma com o problema que está sendo enfocado. Em primeiro lugar, é bom que se diga que talvez nunca, mesmo nos anos de administração do Governo Popular, houve tanta aceitação de proposições dos Srs. Vereadores como ocorreu no final de um ano para o outro. É importante esclarecermos para as pessoas que nos assistem que, ao final de cada ano, são aprovados, e foi o caso do ano passado, mais de cem Projetos de Lei - cem com “c”, não é com “s” -, no sentido de que são inúmeras as proposições que ao final do ano, às vezes até às pressas, são votadas. De todas essas matérias que foram aprovadas no ano passado, em que o Governo Municipal respeitou todos os acordos que fez com a oposição, apenas doze vetos foram apostos. Isso mostra uma forma de dialogar com o Poder Legislativo, diferentemente do Governo Rigotto que vetou...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)

 

Vou lhe dar dados, Ver. Isaac Ainhorn que hoje está se agarrando até em “fio desencapado”. O Ver. Isaac Ainhorn está se “agarrando em fio desencapado”, porque quer fazer, na verdade, derrotas ao Governo, derrotas que não são da Bancada do Governo, que são derrotas da Cidade. O Ver. Isaac Ainhorn precisa se acalmar. O Governador Rigotto, por exemplo, vetou, Ver. Dr. Goulart, e eu não vi V. Ex.ª falar uma palavra, um projeto igual àquele que nós aprovamos aqui sobre a proteção da saúde das pessoas contra as radiações eletromagnéticas não-ionizantes relativas à telefonia celular. Vetou, não aceitou a posição da Assembléia Legislativa e manteve o Veto através da sua Bancada na Assembléia Legislativa. O Governador Rigotto ganhou a eleição e resolveu mudar o FUNDOPEM, aquele fundo cujo objetivo é auxiliar o desenvolvimento econômico, dar suporte financeiro para algumas empresas. Essa é uma forma de governar sem dialogar, mas, enfim, ele tem direito legal e constitucional de fazer isso.

As pessoas devem entender o que significa um veto. Um veto significa o quê? Quem ganha uma eleição majoritária, como nós ganhamos a última eleição, tem o direito de fazer a sua política, isso é do Estado Democrático de Direito. A oposição e mesmo a situação, através do Poder Legislativo, tem o direito de votar propostas visando auxiliar o governo a melhorar a sua proposta, melhorar o desempenho do funcionamento do governo, o que, ao fim e ao cabo, vem beneficiar a maioria da população. O Ver. José Fortunati – e agora vou adentrar esta matéria – fez uma proposta estabelecendo o Sistema Municipal do Livro. Eu fui o Relator, Ver. Ervino Besson, da matéria na Comissão de Constituição e Justiça, e achei que aquilo que o Ver. José Fortunati propunha era um debate importante para a Casa, era uma questão que tinha substância e relevância social, e eu não poderia, na Comissão de Constituição e Justiça, fazer o que o Ver. Isaac Ainhorn disse que eu fiz. E não fiz! O Vereador está falando em meu nome agora, sem que eu tenha dado procuração; mas como ele está hoje meio ativado, meio “algariado”, e é um homem inteligente, eu vou respeitar isso como um instrumento, como uma ferramenta para buscar passar uma posição. Eu recebi o Projeto do Ver. José Fortunati, defendi na Comissão de Constituição e Justiça que ele devia ser apreciado e decidi que não deveríamos fulminá-lo sob a pecha da inconstitucionalidade.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está inscrito e cede o seu tempo ao Ver. Juarez Pinheiro, que tem mais cinco minutos para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu, responsavelmente, possibilitei, fazendo com que quatro artigos fossem retirados para que essa proposição tivesse fluxo na Casa. Enfim, tramitou, e a Casa, o Poder Legislativo, entendeu que era uma proposta importante, aprovou no fim do ano, e ela foi encaminhada ao Poder Executivo. O Poder Executivo verificou que já existia um sistema municipal igual àquele que o Ver. José Fortunati propunha, e achou que o que tinha era de melhor qualidade que o proposto. Já existiam conceitos firmados sobre a matéria, já existia uma Coordenadoria do Livro, fazendo política sobre aquilo que o Ver. José Fortunati havia disposto. Essa é a verdade.

Então o Veto tem duas circunstâncias. Laborou em equívoco o Ver. Luiz Braz quando disse que nós citamos, no Veto, a Constituição Estadual. Mas é claro, o veto é por interesse público ou por inconstitucionalidade. O Ver. Luiz Braz disse meia verdade, o Ver. Luiz Braz não disse que não existe veto por inorganicidade, e as pessoas, porque o microfone aceita tudo, acabam recebendo isso como verdade, ou seja, se no Veto não constasse o ferimento ao art. 60 da Constituição Estadual, que por simetria é recebido pela Lei Orgânica, o Prefeito sequer poderia efetivar o Veto. O que cabe, aqui, Srs. Vereadores, colocar, é que existe a inconstitucionalidade e existe uma outra situação que é mais importante: o Município entende que tem conceitos firmados sobre a matéria que são superiores, que são de melhor qualidade, que dão mais democratização à Política do Livro do que aquilo que, justamente, o Ver. Fortunati, com legalidade, com mérito, propôs. Ninguém melhor do que eu pode dizer isso, porque eu não quis fulminar o Projeto na Comissão de Constituição e Justiça, e poderia fazê-lo, porque os vícios são absolutamente claros: o Projeto dispõe sobre o funcionamento do Poder Executivo. Quem dispõe sobre o funcionamento do Poder Executivo é quem ganha a eleição, e quem ganhou a eleição entende que seus conceitos, que vêm desde Felizardo Furtado, Ver. Braz, são superiores à proposta. Portanto, o que nós estamos discutindo, aqui, é isto: a Câmara entendeu, acolheu e celebrou a proposta do Ver. Fortunati, mas o Poder Executivo já tem uma Política do Livro, e entendeu, legitimamente, que essa política é superior àquela proposta. Daí, Ver. Braz, tinham, sim, que citar a Constituição Estadual. Não existe veto de Lei Orgânica, e V. Ex.ª, que é membro da Comissão de Justiça, sabe que só se pode propor, por exemplo, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade perante a Constituição Estadual - sequer frente à Constituição Federal -, e no nosso Tribunal de Justiça. O Princípio da Simetria é um princípio republicano, é um princípio democrático, é um princípio do Estado Democrático de Direito.

A Ver.ª Margarete Moraes, de uma forma basilar, com inteligência, com sensibilidade, colocou que o Poder Executivo tem uma Política do Livro e entende que a Política do Livro existente é superior à proposta. O Ver. Fortunati contribuiu, fez o debate, propôs com qualidade, como é de seu jaez, porque o Ver. Fortunati, a meu juízo, é uma estrela, um meteoro de qualidade, de significação, de representação, que ainda é desta Casa, que ora presta o seu serviço ao Governo do Estado e que, quando presidiu a Casa, o fez com imensa qualidade. Agora, apesar da qualidade do Ver. Fortunati, do seu propósito de contribuir para aperfeiçoar o Instituto do Livro, Ver. Braz, ele não pode passar por cima de algo que foi constituído absolutamente dentro das regras sob o ponto de vista formal e material: formal, sob o ponto de vista da Lei Orgânica, da Constituição Federal, da Constituição Estadual, do Estado Democrático de Direito; do ponto de vista material, no sentido de que quem ganhou a eleição tem um plano melhor.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um parte? (Assentimento do orador.) Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª é um advogado brilhante, um bom Vereador nesta Casa, mas V. Ex.ª só se esquece de uma coisa quando está referindo uma crítica ao nosso pronunciamento.

Esse princípio que V. Ex.[ invoca é válido quando não temos aqui uma regra própria. Nós temos a regra própria, e ela deveria ter sido invocada por....

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sim, eu citei isso Vereador, é que para efeito de propormos uma ação direta de inconstitucionalidade, o veto é: por interesse público, ou por inconstitucionalidade. Não existe veto por inorganicidade.

Portanto, era obrigação, era cogente que, nesse sentido, o Poder Executivo citasse o dispositivo da Constituição Estadual, porque é esse que gera a inconstitucionalidade. Não é a Lei Orgânica que gera a inconstitucionalidade.

 

O Sr. Luiz Braz: Mas também cita a Lei Orgânica, e ele esquece de citar a Lei Orgânica.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sim, mas a questão da inconstitucionalidade, Ver. Cláudio Sebenelo - eu quero que V. Ex.ª faça um aparte sobre o mérito...

Portanto, existe um conceito sobre o livro, Vereador. Quem defendeu que tramitasse que venha aqui, entenda que foi um debate, Sr.ª Presidenta, importante.

O Ver. José Fortunati levantou também conceitos, mas nós entendemos que a democratização do livro, a possibilidade de um maior acesso, principalmente dos mais carentes, à leitura e ao livro, se alcança muito melhor no sistema hoje existente e não no colocado pelo brilhante, nosso colega e hoje Secretário Estadual, com grande brilho, Ver. José Fortunati. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr.ª Presidenta, Ver.ª Maria Celeste, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também as pessoas que nos assistem pela TV Câmara, minha saudação a todos.

Várias pessoas já se pronunciaram sobre o Veto Total que daqui a poucos minutos vamos votar, mas quero chamar a atenção dos nobres Vereadores para uma matéria do jornal Zero Hora do dia 19 março.

Essa matéria do jornal Zero Hora dá um enfoque do que representa o Projeto do Vereador, hoje Secretário da Educação, nosso colega Ver. José Fortunati. A matéria diz: “Um veto ao livro. O Secretário Estadual de Educação José Fortunati, Vereador licenciado, tem boas razões para desconfiar da movimentação política que levou o Prefeito João Verle a vetar o Projeto de sua autoria, que estabelece a Política Municipal do Livro. Entre as justificativas apresentadas, num arrazoado confuso do redator oficial da Prefeitura, está a de que o Projeto é contrário ao interesse público. Na opinião de Fortunati, é incompreensível que um Projeto que estabelece uma política como essa seja considerado contrário ao interesse público.” Segue: “Olívio sancionou Projeto idêntico.” Peço a atenção de V. Ex.ªs: “Olívio sancionou Projeto idêntico. Uma curiosidade: Projeto idêntico foi sancionado pelo ex-Governador Olívio Dutra, do mesmo Partido do Prefeito de Porto Alegre. O autor era o Deputado Giovani Cherini, do mesmo PDT de Fortunati. Vale lembrar que o Projeto foi aprovado por unanimidade da Câmara de Porto Alegre, tendo Parecer favorável do Relator Ver. Juarez Pinheiro, do PT.” Grande Vereador, muito cuidadoso, muito atento aos seus atos. Portanto, teve o Parecer favorável deste grande Vereador desta Casa. Continuo: “Em resumo, o Secretário de Educação do Estado, no que depender do Prefeito, não poderá ver implantado em Porto Alegre um Projeto que estabeleça uma política para o livro. Livros que são instrumentos indispensáveis para a construção da cidadania, que começa pela educação, em qualquer lugar do mundo.”

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, V. Ex.ª, que tem sido um defensor do livro, queria alertá-lo para um detalhe. O que está sendo discutido aqui é que o mundo mudou, e, nessa mudança, o que predomina hoje é a imagem, é a televisão. Então, precisa, para vencer essa inércia, uma nova política muito mais abrangente, um caudal muito maior, que atinja inclusive as nossas crianças, os nossos adolescentes, os nossos adultos, os nossos idosos, por que não? Que chegue até eles um número muito maior de livros. E, quando isso acontecer, que haja uma resposta, criando um número muito maior de leitores e, principalmente na nossa juventude, um número muito maior de escritores do que nós temos agora. Essa é a forma de o livro enfrentar a televisão, a idade da imagem.

 

O SR. ERVINO BESSON: Perfeito, Ver. Sebenelo, o seu aparte. Mas, na primeira votação, houve unanimidade dos nobres colegas desta Casa - nós temos aqui vários Vereadores ligados à educação; temos o Ver. Carlos Alberto Garcia, Diretor de uma Faculdade, temos outros tantos professores, professoras, tem uma ex-Secretária, Ver.ª Margarete, que defendeu cortar o Projeto, mas, na hora de votar o Projeto, creio que a sensibilidade dos Vereadores pesará mais do que vir a esta tribuna e fazer discurso contrário a esse grande Projeto do nobre colega desta Casa, Ver. José Fortunati.

Educar, educar, pois sem educação não se faz uma nação. E essa educação começa pelo livro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.ª+s Vereadoras, li atentamente o Projeto do nosso colega, hoje licenciado e Secretário de Educação, José Fortunati, e acho, Ver. João Bosco, que é de uma grande amplitude. Ele visa, fundamentalmente, a criar uma política municipal do livro na cidade de Porto Alegre. E aí eu preciso resgatar, Ver. Juarez – V. Ex.ª, Vereador muito competente desta Casa, foi relator e apresentou algumas emendas supressivas e aquilo que V. Ex.ª achava inconstitucional, resolveu como relator da matéria. O Vereador foi competente nisso; ele suprimiu – e foi acolhida essa supressão – os artigos 13, 14, 15 e 17, que entendia, na época, o Ver. Juarez, que esses artigos poderiam tornar o projeto inviável nesta Casa. E esses artigos estabeleciam modificações dizendo o seguinte: “O Poder Executivo poderá consignar em seu Orçamento verbas...; O Poder Executivo, anualmente, selecionará autores de Porto Alegre, cujas obras serão adquiridas.” E assim ele fez a supressão.

Então, do ponto de vista da constitucionalidade, Ver. Juarez, eu acho que é questão superada, e V. Ex.ª apontou o caminho. Então, não há que se falar, Ver. Pedro Américo, na inconstitucionalidade, porque foi resolvido por emendas do relator, que é da Bancada do Governo.

Ver.ª Margarete Moraes, reconhecemos o trabalho de V. Ex.ª e achamos que avançou em vários pontos e em outros não. Esse Projeto não é contraditório com aquilo que a Prefeitura vem fazendo. Essa é a primeira questão que tem de ser colocada. No fundo, no fundo, Ver. Isaac, essa é uma questão política, de paternidade. E vou dizer por quê. E se o raciocínio não estiver correto, eu quero o contraditório. Esse Projeto entrou na Casa quando o Ver. Fortunati era o Presidente. Eu liguei para o Ver. Fortunati e perguntei: - “O Governo Municipal o procurou alguma vez para negociar esse Projeto?”

- “Não.”

- “Alguma vez o Governo veio falar com V. Ex.ª sobre esse Projeto?”

- “Não.”

Quando é que o Governo veio falar com o Ver. Fortunati? Na quarta-feira passada, quando havia indícios de o Projeto ser votado na quinta-feira. E tanto V. Ex.ª tem razão, Ver. Isaac, e os outros que me antecederam, que está dizendo a Ver.ª Margarete Moraes que, se houver rejeição do Projeto, ela vai apresentar, por intermédio do Prefeito, uma lei semelhante a do Ver. Fortunati. Então, é uma questão política de paternidade.

 

A Sra. Margarete Moraes: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Já vou conceder a V. Ex.ª. Até vou dizer mais: tive a cautela de pesquisar na Assembléia Legislativa, e o seu Governador Olívio Dutra sancionou um Projeto que é a cópia deste Projeto, de autoria do Deputado do PDT Giovani Cherini. E esse Projeto do Fortunati foi adaptado para a questão municipal. E lá no Governo do Estado não houve, por parte do Executivo Estadual, a alegação dizendo que o Projeto era inconstitucional.

Então, quero dizer que há algo mais que precisa ser socializado. Vou conceder um aparte à Ver.ª Margarete Moraes, nossa aniversariante do dia.

 

A Sra. Margarete Moraes: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, o senhor está me dando um presente. São situações diferenciadas, Ver. Sebastião Melo, foi isso que eu falei. São âmbitos diferentes. No âmbito do Estado, a Secretaria de Estado da Cultura era nova, não existia uma política estadual do livro. No caso do Município existe uma política que foi anterior à Administração Popular; começou com Joaquim Felizardo, e em nenhum momento eu disse que apresentaria um novo Projeto. Eu disse que, uma vez vetado esse Projeto do Ver. Fortunati, apresentei ao Ver. Fortunati, atual Secretário de Educação, um Projeto de uma semana de apoio, de incentivo à leitura, que contemplasse todas as questões por ele apresentadas e que não atrapalhassem, que não desfizessem o trabalho já existente. Foi isso que eu apresentei ao seu assessor Ricardo, que está presente aqui na Câmara, neste momento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Acabou meu tempo, Sr.ª Presidenta, mas quero dizer que o viés desta discussão tem como pano de fundo a questão política, ou seja, o Ver. Fortunati está apresentando uma boa alternativa para a Cidade e acho que esta Casa vai saber sopesar, avaliar nesta decisão. A nossa Bancada vai votar, sim, com o Projeto do Ver. Fortunati, pela derrubada do Veto, e esperamos que ele seja derrubado para a implementação dessa boa política. Acho que é um dos bons Projetos que têm tramitado nesta Casa nos últimos tempos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total, por cessão de tempo do Ver. Zé Valdir.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara, é importante tratar desse Projeto, lembrando o Ver. Sebastião Melo, que trouxe aqui um debate importante, lembrando o que aconteceu, Ver. João Bosco, nas últimas Sessões do ano passado. O que foi definido no ano passado? Cada Vereador escolhia um Projeto para ser votado, e, dentre os Projetos para serem votados, aqueles em que era possível ter uma construção conjunta entre Executivo e Legislativo, o Executivo se empenhou, através da nossa Bancada, para construir essa possibilidade. Mas é bom lembrar que o Ver. José Fortunati, na época, não priorizou esse Projeto, Ver. Pedro Américo Leal. O Ver. José Fortunati não priorizou esse Projeto, portanto não teve... Como o Ver. José Fortunati não queria votar esse Projeto até o final do ano, portanto ficaria para este ano a votação, não havia necessidade de fazer naquele momento um ajuste do Projeto, porque ele não seria votado, Ver. Pedro Américo Leal, porque o Ver. Fortunati, na época Presidente da Câmara Municipal, não tinha priorizado esse entre os seus Projetos. Quando chegou na última Sessão Ordinária da Câmara, o Ver. José Fortunati trocou o Projeto que ele tinha priorizado, trocou o que estava para ser votado por este que está agora vetado. Como era a última Sessão Ordinária e havia um acordo de todas as Lideranças, Ver. Isaac Ainhorn, para não trancar projetos e nenhum Vereador encaminhar, não discutir, apenas votar e deixar para tratar desses projetos neste ano, todo o mundo votou os três ou quatro últimos projetos, onde estava o do Ver. José Fortunati junto. Não entramos no mérito, não discutimos os projetos e deixamos para fazê-lo agora. Exatamente para não prejudicar a votação daqueles quatro ou cinco últimos projetos que ainda restavam na última Sessão Ordinária da Câmara Municipal. Mas, vejam bem, como na última Sessão Ordinária o Projeto priorizado pelo Ver. José Fortunati não era este e sim outro, não tinha necessidade, naquele momento, que o Executivo fizesse a proposta que o Ver. Sebastião Melo trouxe hoje aqui. Por que não fez a proposta na hora? Por que trouxe só agora a proposta? Porque não era este Projeto que seria votado, seria votado outro projeto, tanto é que vários projetos de outros Vereadores, quando tinham condições de ser ajustados e construídos conjuntamente entre o Executivo e Legislativo, foram construídos.

Então, este Projeto aqui foi vetado exatamente por isso e se explica a votação não só deste Projeto, mas dos últimos quatro por todos os Vereadores, exatamente para não trancar a Pauta na última Sessão Ordinária. Isso foi efetivamente o que aconteceu naquela Sessão.

Sobre a situação do Projeto, parece-me que a iniciativa da Ver.ª Margarete Moraes é a melhor das iniciativas, porque muitos Vereadores criticam aqui que o Executivo não quer negociar, que o Executivo não aceita, é intransigente. Bom, agora o Executivo, por intermédio da Ver.ª Margarete Moraes, ex-Secretária da Cultura de Porto Alegre, aceita fazer um debate sobre o Projeto, propõe um Projeto alternativo, inclusive poderia ser assinado pela Bancada do PDT, em homenagem justamente ao autor Ver. José Fortunati, que é do PDT. Seria apresentado esse Projeto, acordado entre todas as Bancadas, e nós poderíamos votar aqui um Projeto que não desvaloriza todo o trabalho que a Secretaria da Cultura fez, ao longo desses anos, e, ao mesmo tempo, valoriza o Projeto, a iniciativa e o mérito que o Ver. José Fortunati apresentou.

Parece-me, Ver. Isaac Ainhorn, que, do ponto de vista da racionalidade, do ponto de vista das boas relações entre o Executivo e o Legislativo, do ponto de vista do respeito que temos pelas iniciativas dos Vereadores, e esta do Ver. José Fortunati tem mérito... Nós não estamos questionando o mérito, estamos apenas trazendo uma alternativa de Projeto que possa ser apresentado pela Bancada do PDT, através da Liderança do Ver. Isaac Ainhorn, que valorize um Projeto...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Marcelo Danéris, com a concordância do Ver. Darci Campani, para discutir o PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Portanto, que valorize a iniciativa do Ver. José Fortunati e, ao mesmo tempo, valorize a história e as tantas iniciativas que a Secretaria de Cultura já tomou ao longo desses anos. Mas será que é tão ruim assim manter um Veto e construir uma alternativa conjunta? Essa é a pergunta que nos cabe aqui. Por que sempre, já que o Executivo vetou, há que derrubar o Veto? Essa é a posição da oposição. Ou, se o Executivo vetou, a Bancada do Governo tem que votar com o Veto?

O Ver. Haroldo de Souza me pergunta: se é bom o Projeto, por que não votamos juntos? Porque, da forma que está o Projeto, ele retrocede uma série de aspectos em todo um trabalho que a Cultura já fez até hoje. A proposta alternativa é a seguinte: mantém o mérito do Projeto; faz a Semana do Livro; a Bancada do PDT apresenta junto com o Ver. Isaac Ainhorn justamente em homenagem ao seu autor, o Ver. José Fortunati, do PDT; todos aprovamos juntos. Assim, não prejudica o trabalho da Secretaria de Cultura atual e, ao mesmo tempo, valoriza a iniciativa do Vereador. Parece-me que essa é a melhor das saídas, a mais racional, a mais política, a que interessa mais à população. Nós podemos apresentar essa proposta em conjunto. Inclusive economiza tempo aqui para a Câmara e nós poderíamos estar analisando outros Vetos.

Eu quero salientar, Ver. Wilton Araújo, que me assiste com atenção, que nós, da Bancada do Governo, já ajudamos a derrubar o Veto. Portanto, as posições não precisam ser tão rígidas e tão duras em relação a isso. Se a Bancada do Governo derruba um Veto acordado e ajustado, inclusive, com o Governo, com a autorização do Prefeito, por que a oposição não pode manter um Veto e trazer um projeto alternativo? Por que a Bancada do PDT não pode apresentar este Projeto em que a Ver.ª Margarete tanto se empenhou e se esforçou para trazer uma proposta tão boa?

Eu tenho certeza de que o Ver. José Fortunati, ou o Secretário de Educação, não ficaria chateado com isso, ele poderia muito bem construir junto.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Querido Líder Ver. Marcelo Danéris, queria aproveitar para lembrar V. Ex.ª que nós derrubamos o Veto do Prefeito na negociação dos leitos do SUS em 5%, 3% dos hospitais privados. E eu queria que V. Ex.ª me ajudasse a compor essa possibilidade, porque é preciso só um trabalho administrativo do Prefeito, pensando desse jeito. Eu também estou de acordo com V. Ex.ª, podemos, algumas vezes, compartilhar idéias, não é só porque estamos em campos diferentes.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Eu até lhe tranqüilizo, Ver. Dr. Goulart, no sentido de que todos os acordos que temos feito aqui com a oposição, principalmente os Projetos que nós aprovamos e que a Bancada do PT votou junto, nós temos cumprido, não rompemos nenhum dos acordos. Todos eles, acordados aqui entre nós, construídos junto, nós temos mantido. Então, manteremos este também que lhe preocupa.

E este do Ver. José Fortunati poderia ser muito mais valorizado, poderia ser colocado em prática, poderia ser valorizada a cultura. E eu até imagino a cena, Ver. Isaac Ainhorn, que, na Semana do Livro, como propõe a Ver.ª Margarete Moraes, nós pudéssemos fazer o lançamento com o atual Secretário de Cultura, o companheiro Vítor, junto com o Secretário de Educação do Estado, que teve a iniciativa. Seria uma cena muito boa para a cidadania de Porto Alegre, conseguir construir um projeto juntos, lançar a Semana do Livro, juntamente com o Secretário de Educação do Estado, com o Secretário de Cultura do Município, Ver. Luiz Braz. Não parece uma saída muito mais racional, que valoriza os dois, Legislativo e o Executivo, e, inclusive, o Executivo Estadual, já que o autor da proposta está na Secretaria de Educação?

Portanto, a proposta veio agora, quero só encerrar com isto, exatamente porque, na época em que foi colocado este Projeto, ele não era prioridade do Ver. José Fortunati, foi colocado como prioridade na última Sessão, o que, obviamente, inviabilizava qualquer possibilidade de acordo. Essa sugestão da Ver.ª Margarete Moraes, inclusive, já podia ter sido feita lá, se tivéssemos tempo até de conversar. Como foi colocado na última hora, votados três, quatro projetos juntos, era impossível fazer uma proposta. E como o Ver. José Fortunati optou por trocar, na última hora, o Projeto, também inviabilizou.

Agora, nós temos a possibilidade de fazer isso, me parece que a cidadania de Porto Alegre ganharia bastante com isso, a cidadania gaúcha também, já que o Secretário de Educação do Estado é o Ver. José Fortunati. Mantém o trabalho da Secretaria de Cultura até agora, valoriza a iniciativa de um Vereador, valoriza o Legislativo e mantém a harmonia entre os Poderes: Legislativo e Executivo. Esta é a proposta da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o PLL n.º 008/02. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 008/02, com Veto Total.

 

 O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho certeza absoluta de que nenhum jurista experiente, atento, Ver. Haroldo de Souza, iria escrever as razões do Veto, como aquele que escreveu as razões do Veto com relação a este Processo.

O Ver. Juarez Pinheiro, com muita habilidade, veio aqui e tentou, de alguma forma, justificar aquilo que está escrito nas razões do Veto deste Processo. Eu tenho certeza de que o Ver. Juarez Pinheiro, que já assessorou durante muito tempo o Executivo, se tivesse que escrever essas razões do Veto, escreveria de modo diferente. Se V. Ex.ª ler com atenção, Ver. Juarez Pinheiro, vai ver que está escrito que ele veta, Ver. Pedro Américo Leal, embasado no art. 62, letra “d” da Constituição Estadual. Eu concordaria com tudo aquilo que o Ver. Juarez Pinheiro disse aqui da tribuna, se porventura nesse artigo estivesse escrito assim: que a Constituição Estadual delegava para a Lei Orgânica do Município, de repente, estabelecia normas de procedimento para os Prefeitos nos Municípios. Mas, não! Lá, neste art. 60, está escrito assim: quais são os projetos de iniciativa privativa do Governador do Estado. Aí, o Ver. Juarez Pinheiro, que é um homem hábil, vem aqui e fala em simetria. Olha, eu falo em simetria sempre; o princípio da simetria é válido quando eu não tenho a norma escrita para o Município ou a norma que eu tenho aqui é inconstitucional. Aí, o que eu tenho que usar? Por simetria, eu uso a Constituição Federal, a Constituição Estadual. Eu uso, de repente, outras legislações que, por simetria, eu posso aplicar a norma aqui. Agora, aqui, não. No Município eu tenho o art. 94 da Lei Orgânica do Município. O art. 94 diz: cabe privativamente ao Prefeito Municipal, e aí, vem lá, se não me engano, o inciso IV ou V, que diz o que cabe da iniciativa de projetos de lei para o Sr. Prefeito Municipal.

Ora, quando eu vou dizer sobre as competências exclusivas do Prefeito, Ver. Wilton Araújo, eu tenho que utilizar o art. 94. Se eu vou escrever as razões de um veto, baseado naquilo que pode ou que não pode o Prefeito, eu tenho que ir para o art. 94! Ele não vai! Ele não faz referência ao art. 94 da Lei Orgânica do Município, e ele vai lá na Constituição Estadual falar no que cabe ao Governador do Estado e veta o Projeto do Ver. José Fortunati baseado nisto. Pelo amor de Deus! Dizer que isso é princípio da simetria! Eu quero invocar todos os conhecedores de Direito para que venham aqui e que possam realmente apoiar isso, não é verdade! Este não é o princípio da simetria. Este, na verdade, é um princípio do desconhecimento! Este é um princípio do desrespeito! Eu acredito até que quem escreveu é alguém que está acostumado a assessorar o Governo do Estado, voltou para o Executivo e, de repente, acostumado a escrever o texto assessorando o Executivo Estadual, acabou escrevendo essas razões de veto que não têm nada a ver com justificativa que pudesse dar a esta Casa algum embasamento para nós não derrubarmos o Veto! Não tem, gente! É só ler com atenção. Podem ler com atenção, não existe. O que nós vamos votar, aqui, Ver. Haroldo de Souza, são as razões do Veto. Não estou mais votando o Projeto. E se estou votando as razões do Veto, não tenho razão nenhuma para votar acolhendo esse Veto do Sr. Prefeito Municipal, fazendo com que esse Projeto não tenha validade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar a votação.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de insistir nas questões do mérito político e não do mérito jurídico. Trouxe esses livros para que os Vereadores que aqui falaram conheçam um pouco do trabalho da Secretaria Municipal da Cultura na questão do livro. Gostaria de repetir, Ver. Isaac Ainhorn, que já existe uma política criada, reconhecida pelos escritores e pelos Vereadores da própria oposição desta Casa. Pelo menos assim se expressaram os Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Cláudio Sebenelo e Sebastião Melo. Existe uma política, Ver. Luiz Braz, reconhecida pelos organismos internacionais, pela própria cidade do México, pela Organização Ibero-Espanhola. No ano passado, Ver. Wilton Araújo, a Secretaria da Cultura foi convidada, por três vezes, para explicar essa política na UNESCO do Rio de Janeiro, em Buenos Aires, em Montevidéu, na cidade de Rosário; parece que só não é reconhecida pela oposição da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Na verdade, trata-se de uma interferência indevida Num direito do Governo Municipal que, acatando a Lei Orgânica, a Lei Federal, ouvindo especialistas, a comunidade e intelectuais da nossa Cidade, estabelece suas políticas e seus programas, sem passionalismo nenhum.

Votando contra o Veto do Sr. Prefeito, estarão votando contra uma política, destruindo um trabalho que foi construído e que é construído há quinze anos na nossa Cidade.

Também gostaria de dizer que não seria ético se um Deputado do Partido dos Trabalhadores, hoje, apresentasse na Assembléia Legislativa a política educacional que o Secretário Fortunati vai trabalhar. Essa é a questão. É um direito, porque a política está ligada a um programa de Partido.

Quero mostrar um pouco e oferecer ao Presidente João Antonio Dib e à biblioteca desta Casa alguma amostra de todo o trabalho que é desenvolvido na Secretaria, como o livro em homenagem ao João Cândido, o Almirante Negro, do qual falei hoje; o concurso Histórias de Trabalho, na sua 7.ª edição, que foi em 2002; a coleção Memória dos Bairros, que, neste caso, é da Lomba do Pinheiro, mas já há sobre treze regiões de Porto Alegre; um catálogo com toda a edição e toda a publicação da unidade editorial com mais de trezentos títulos; um catálogo de Poemas no Ônibus, um concurso que existe há dez anos; a Memória Cultural de uma Cidade Democrática, outro título; uma revista Ponto-e-Vírgula, que são mais de cem revistas; um livro sobre Porto Alegre, Dissertações e Tese; os próprios catálogos das atas da Câmara de Vereadores de Porto Alegre de 1936 a 1945, Em Outras Épocas. Esses são alguns exemplos concretos de todo o trabalho que já existe e que será destruído se passar o Projeto do Ver. José Fortunati, porque trata-se de outra política, restringe. O Projeto do Vereador não fala da descentralização da cultura, não fala em todo o trabalho que já existe.

Esta Vereadora procurou o Vereador por intermédio do seu assessor e propôs uma semana de leitura, de apoio à leitura, de amor à leitura para contemplar as idéias do Ver. José Fortunati que, com certeza, são boas, apenas são menores do que todo o trabalho que já existe. É isso o que acontece. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal o PLL n.º 008/02, com Veto Total. (Após a apuração nominal.) Dez votos NÃO.

Não há quorum. Anulo a presente votação e na quarta-feira iniciamos pela votação deste Veto, podendo novamente ser encaminhado pelas Lideranças.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, a Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores gostaria de lamentar que o acordo foi quebrado, visto que nós fizemos um esforço para votar o Veto, e a oposição, sob a liderança do Ver. Isaac Ainhorn, retirou o quórum propositalmente às cinco e meia da tarde.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, já ouvi outras vezes de V. Ex.ª que é uma manobra parlamentar, agora V. Exa. está querendo dizer que é para lamentar. De qualquer forma eu registro o desabafo de V. Ex.ª com muita validade.

Solicitaria aos Srs. Vereadores que conservassem, na agenda que hoje foi distribuída, tudo que está depois do Veto, porque na próxima agenda nós vamos distribuir apenas os Vetos, senão estaremos gastando muito papel sem necessidade.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h34min.)

 

* * * * *